Cultura

Estreia mundial no Rivoli

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O filme inédito de Manoel de Oliveira, realizado há três décadas e guardado na Cinemateca Portuguesa para ser exibido após a sua morte, estreou ontem no Rivoli, no Porto. A exibição foi antecedida pelo batismo do Grande Auditório do Teatro Municipal com o nome do cineasta, que surpreendeu, mais uma vez, o público, com um filme autobiográfico, com textos de Agustina Bessa Luís.

Foi numa sala cheia, de gente e de alguma ansiedade, que o Rivoli assistiu à estreia mundial de  "Visita ou Memórias e Confissões". Na plateia, a viúva de Manoel de Oliveira, além de outros familiares, de muitas personalidades da cidade e não só, e do presidente da Câmara e seus vereadores, entre os quais Paulo Cunha e Silva, que tudo fez para que fosse no Porto a estreia do último filme desconhecido de Oliveira.

O filme, autobiográfico, centrado na casa onde viveu 40 anos, no momento em que a vendeu, "para pagar dívida", revela todas as mágoas de Manoel Oliveira e até algumas revoltas. Evoca o antiga Regime, o PREC e até um passado mais recente para mostrar que nem sempre a vida foi fácil. E, depois de reflectir sobre a vida e a morte, faz também uma declaração de amor, comovente, à sua mulher.

O Grande Auditório do Rivoli, batizado minutos antes da sessão por Rui Moreira que preferiu não prestar qualquer declaração - as únicas palavras que se ouviram na sala, antes da sessão, saíram da boca de um neto de Oliveira, que leu um seu poema -, teve entrada livre e direito a uma segunda sessão. O Porto assistiu à obra desconhecida de Oliveira. Ou melhor, o Mundo assistiu no Porto à última obra desconhecida de um dos seus grandes cineastas.