Ambiente

Estruturas verdes na Escola do Falcão servem de exemplo a técnicos e decisores ambientais

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Desde 2019 que os alunos da Escola Básica do Falcão podem dizer que o seu equipamento é verde. Com soluções baseadas na natureza ali instaladas, no âmbito do projeto europeu “MyBuildingIsGreen”, o espaço vem servindo de exemplo e, desta vez, foram três dezenas de decisores políticos, técnicos de autarquias e empresas municipais, bem como membros do Conselho Municipal de Ambiente, que puderam visitar os 700 m2 de coberturas e fachadas verdes, além de painéis fotovoltaicos.

A visita, que contou com a presença do vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, e da coordenadora da escola, Helena Ribeiro, permitiu à comitiva participar em dois workshops para analisar in loco estas soluções, reconhecendo e comparando as suas características, funções e vantagens em relação às alternativas convencionais.

A arquiteta paisagista da LandLab e membro da Associação Nacional de Coberturas Verdes, Ana Mesquita, e o administrador da Agência de Energia do Porto, Rui Pimenta, mostraram aos participantes como é feito o aproveitamento das águas pluviais na Escola do Falcão.

O encaminhamento para recipientes distintos permite a comparação do fluxo de água das coberturas, que provem de uma cobertura com vegetação e sem vegetação, sendo depois conduzidas para o charco da horta comunitária contígua. Aliada a um potencial pedagógico, esta solução reduz o desperdício de água e contribui para a conservação da biodiversidade local.

No rés-do-chão da escola, foi possível observar outra solução baseada na natureza, desta vez uma fachada verde que assegura o sombreamento das salas de aula durante os dias mais quentes.

Já na cobertura os participantes puderam perceber o funcionamento e constituição da cobertura verde, uma espécie de jardim em vez de telhado. Estes jardins em altura têm a vantagem de regular a temperatura no interior dos edifícios ao longo do ano e, ao mesmo tempo, contribuir para que a água das chuvas possa infiltrar-se mais lentamente nos solos, evitando inundações.

Aqui, a opção para as telas que suportam o substrato são de cortiça, uma solução inovadora que substitui as telas de plástico. Acresce, ainda, o facto de a cortiça ter sequestrado carbono durante a vida útil do sobreiro, o que contribui para neutralizar a pegada de carbono do edifício.

Por fim, o “bio solar roof”, que junta os benefícios dos telhados verdes à produção de energia em painéis fotovoltaicos. A esta solução, acresce a vantagem de a presença das plantas dar um contributo positivo para a eficiência da produção de energia. Neste momento, cerca de 60% da energia consumida na escola é produzida localmente.

As soluções presentes na Escola Básica do Falcão proporcionam o conforto térmico para o bem-estar de quem diariamente ali trabalha e estuda, melhoram a eficiência energética e ainda ajudam a proteger e promover a biodiversidade.

O Município vem organizando visitas semelhantes, dirigidas à comunidade docente e não docente da escola, aos pais e à população em geral.