Cultura

Um novo coração vai nascer na cidade: o Museu do Porto

  • Paulo Alexandre Neves

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A ideia está a ser trabalhada, mas já há uma assinatura: Museu do Porto. Assim se passará a chamar o atual Museu da Cidade. "Voltamos ao modelo tradicional. Pretendemos e assumimos, para o futuro, um discurso mais museológico", afirmou o presidente da Câmara, Rui Moreira, durante o Conselho Municipal de Cultura, reunião que se realizou esta manhã no Teatro Rivoli.

O Museu do Porto refletirá, nas palavras do diretor do Museu da Cidade e das Bibliotecas Municipais, "uma casa de identidade, também de pensamento, criação e futuro. Uma casa com raiz".

Mas será também mais do que uma casa: "precisamos de um coração, um centro, uma estrela guia, um ponto a partir do qual podemos tirar partido da noção de rede", assumiu o diretor do Museu da Cidade, para quem "há muitos anos, o Porto reclama um museu para si. O Museu do Porto será herdeiro desse desejo, dessa ambição".

Perante o presidente da Câmara, do presidente da Assembleia Municipal e dos vários conselheiros, Jorge Sobrado assumiu: "não vamos lutar mais contra uma semântica que está enraizada na cidade", garantindo uma uniformidade na designação dos museus municipais (Romântico, Vinho do Porto, Guerra Junqueiro e Indústria).

Toda a programação está a ser estabelecida, mas será, segundo o diretor do Museu da Cidade e das Bibliotecas Municipais, "ambiciosa, vibrante, mas também generosa com o público".

Batalha já recebeu mais de cinco mil espetadores

No Conselho Municipal de Cultura foram também apresentados dados sobre os projetos culturais municipais. Assim, aberto há pouco mais de um mês, o Batalha Centro de Cinema tornou-se, rapidamente, um polo de interesse cultural. De acordo com o seu diretor artístico, Guilherme Blanc, até dia 17 de janeiro decorreram ali 58 sessões de cinema, 11 das quais para escolas. Mais de 5.800 espetadores assistiram às diversas sessões. Curiosamente, 36% dos bilhetes foram adquiridos de forma online, numa aposta inovadora do Batalha.

Perante os dados apresentados, Rui Moreira sublinhou não só a importância do novo equipamento cultural para a cidade como refutou a ideia de que não haveria públicos para o Batalha. "Os números falam por si e confirmam aquilo que sempre dissemos: há procura para este tipo de equipamento", afirmou, acrescentando: "esta é uma forma de aferir o êxito do projeto. Está, claramente, a corresponder às nossas expetativas".

Cristina Planas Leitão, diretora do Departamento de Artes Performativas (DAP) da empresa municipal Ágora – Cultura e Desporto do Porto, apresentou os projetos para o Teatro Municipal do Porto, o DDD – Festival Dias da Dança e o CAMPUS Paulo Cunha e Silva, enquanto a diretora artística da Galeria Municipal do Porto e do Departamento de Arte Contemporânea da Ágora, Filipa Ramos, revelou a programação prevista para este ano. Na Galeria Municipal "haverá menos exposições (três, no total), maiores em termos de espaço e com mais dias de mostra", assegurou.

Por fim, Francisca Carneiro Fernandes, diretora artística do Departamento de Arte Contemporânea da Ágora, abordou os novos projetos culturais que estão a ser desenvolvidos pelo Município, nomeadamente o Centro Cultural que vai nascer no antigo Matadouro Industrial e novas ideias para o antigo CACE do Freixo.

Refira-se, por último, que tomaram posse como novos membros do Conselho Municipal de Cultura Francisco Garcia Reis, Manuel Morais Sarmento Pizarro, Marta Reis de Oliveira e Rui Manuel Massena da Silva Pereira.