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Rivoli exibe recordações de João César Monteiro

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O irreverente cineasta João César Monteiro é recordado com duas exibições no Rivoli, nesta terça-feira, numa parceria com a Medeia Filmes.

Assinalando os aniversários do nascimento do realizador (2 de fevereiro de 1939) e da sua morte (3 de fevereiro de 2003), há oportunidade de (re)ver as suas "Recordações da Casa Amarela" (1989) e "Vai e Vem" (2003).

No primeiro caso, com projeção às 18,45 horas antecedida de conversa com José Maia, João Terras e Susana Chiocca, estamos perante o primeiro filme da "trilogia de Deus", onde nasce a personagem alter-ego de João César Monteiro, João de Deus. A cidade é Lisboa, o ano é 1989. João de Deus vive numa pensão barata da zona antiga e ribeirinha, onde ouve Schubert e tem a companhia cinéfila de Stroheim, em imagem pregada na parede do quarto. Encanta-se com uma menina que toca clarinete. Uma vez posto na rua e internado num hospício, um velho amigo, igualmente internado, encarrega-o de uma missão que o devolve à cidade: "Vai e dá-lhes trabalho." Transfigura-se em criatura das trevas como Nosferatu no fim do filme.

Bilhetes a 3 euros, AQUI.

Em "Vai e Vem", com exibição às 21,30 horas, João Vuvu é viúvo, pai de um rapaz que cumpre pena por duplo homicídio e habitante de uma casa soalheira num bairro antigo de Lisboa, com livros e discos por companhia. Faz trajetos quotidianos no autocarro n.º 100, que o traz e leva da Praça das Flores ao Príncipe Real, assumindo "um exílio que o torna relapso a qualquer aproximação social", conforme os termos da sinopse escrita por João César Monteiro. Necessitando empregar uma mulher-a-dias, entrevista algumas raparigas. Entretanto, saído da prisão, o filho exprime um desejo de regeneração que enfurece o pai, desencadeando uma série de acontecimentos que definitivamente o arredam da comunidade.

Bilhetes a 3 euros, AQUI.