Cultura

Paulo Abrunhosa recordado este mês com reedição do "Diário de um Dromedário"

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O livro do "agitador" portuense Paulo Abrunhosa, com prefácios de João Gesta e Rui Moreira e posfácios do ilustrador Paulo Ansiães Monteiro e do irmão do autor, o músico Pedro Abrunhosa, vai ter uma nova edição cujo lançamento está anunciado para o próximo dia 27.

A sessão vai acontecer na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, às 17,30 horas, e inclui atuações ao vivo dos músicos Pedro Abrunhosa e Manel Cruz e leitura de textos por Ana Deus, Cristiana Sabino e Renato Filipe Cardoso, entre outras iniciativas.

Paulo Abrunhosa, que faria 59 anos nesta sexta-feira, dia 12, publicou o "Diário de um Dromedário" em 2001, com a chancela da Quasi, e aí reunia textos extravagantes e ricos semântica e foneticamente, nos quais quase nunca as palavras se repetem. Com ilustrações de PAM (Paulo Ansiães Monteiro), o livro está ainda muito presente no imaginário dos portugueses.

Uma das personalidades marcantes do panorama cultural do Porto nos anos 80 e 90, Paulo Abrunhosa foi "um grande poeta, com uma sensibilidade fora do normal. Um dia alguém me disse - já não sei quem, mas concordei - que era um Pina a quente", como recorda Rui Moreira no prefácio da obra.

"O Paulo sabia que o ato das palavras é um ato de resistência. Legou-nos o seu Diário de um Dromedário, um livro autêntico, incandescente, inspirador, desafiador e desencaminhador. Um livro pleno de te(n)são poética e singeleza", refere por seu lado o programador João Gesta.

Paulo Abrunhosa nasceu em 1958 no Porto, cidade na qual viveu e estudou até se matricular na Universidade de Coimbra, em 1980. Avesso a todo o establishment, recusa alinhar com as gerações engravatadas do seu tempo. Em 1987, funda, em colaboração com o seu irmão Nuno, a revista "Metro", a primeira de distribuição gratuita em Portugal.

A morte apanhou "o Príncipe da palavra" - como lhe chamou o irmão Pedro - aos quarenta e três anos, no auge das suas capacidades, não lhe tendo consentido concluir este trabalho, cujos prefácios e epílogo deixou incompletos.

O livro, está esgotado há vários anos e surge agora com nova edição da responsabilidade da Contraponto, chegando às livrarias a partir do dia 26.