Europa reconhece valor do Porto no cluster da saúde e apoia investigação da FEUP
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Uma equipa da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) recebeu um financiamento de um milhão de euros de fundos comunitários para desenvolver novos fármacos que permitam inibir a resistência das bactérias aos antibióticos. Mais um projeto que reforça a presença internacional do Porto enquanto cluster de saúde.
Financiado pelo programa Horizonte 2020 (H2020), o projeto assume "particular importância, numa altura em que as notícias de surtos de bactérias resistentes a antibióticos são cada vez mais recorrentes", indicou o professor Nuno Azevedo do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia (LEPABE), da FEUP, citado pela Lusa.
Segundo o responsável, o grupo de investigação que lidera tem-se dedicado a estudar e a desenvolver métodos alternativos de tratamento antibacteriano, através do uso de "mímicos" de ácidos nucleicos (macromoléculas que formam o DNA e o RNA).
O projeto terá a duração de três anos, durante os quais a equipa procurará estabelecer a área de investigação, desenvolvendo as capacidades ao nível da tecnologia e logística.
No futuro, com base nos resultados obtidos, o grupo tenciona desenvolver novos agentes antimicrobianos que possam ser adaptados consoante as mutações das bactérias, mantendo assim a eficácia.
Este projeto conta com a colaboração do Nucleic Acid Centre of SDU, da Dinamarca, que desenvolve mímicos de ácidos nucleicos, e do Laboratory for General Biochemistry and Physical Pharmacy, da Universidade de Ghent (Bélgica), que cria estratégias para a entrega de ácidos nucleicos em células animais.
Recorde-se que está sediado na região do Porto o Health Cluster Portugal, um polo de competitividade na área da saúde, que tem como missão desenvolver o ecossistema de saúde português e posicionar o país como um player competitivo na investigação, conceção, desenvolvimento, fabrico e comercialização de produtos e serviços associados à saúde.
Este cluster mobiliza instituições de I&D, universidades, hospitais, organizações da sociedade civil e empresas das áreas farmacêutica, de biotecnologia, dispositivos médicos, TICE e serviços, entre outras.