Ambiente

Cidade em flor: 93 mil tulipas voltam a colorir vários espaços verdes (REPORTAGEM)

  • Inês Reis

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Jardins, praças e canteiros alegram, por estes dias, a cidade com um verdadeiro espetáculo de cor, providenciado por cerca de 93 mil tulipas de várias tonalidades. O Jardim de São Lázaro, o Jardim Émile David, no Palácio de Cristal, e o Jardim do Passeio Alegre são alguns dos espaços verdes que - graças ao trabalho dos recoletores municipais – não escapam aos olhares de contemplação de quem por ali passa, numa invocação antecipada da estação primaveril.

À semelhança dos últimos anos, o Porto voltou a receber tulipas, vindas diretamente da Holanda, com o intuito de manter a tradição de embelezamento dos espaços verdes da cidade, por esta altura do calendário.

Enquanto alguns transeuntes param, propositadamente, para eternizar o momento em fotografia, outros simplesmente permanecem por alguns minutos a admirar esta exposição viva que, mais do que nunca, veio trazer algum ânimo aos portuenses que, por força da necessidade, circulam pelas ruas.

E se o espaço público está mais bonito, tal se deve ao trabalho invisível de vários trabalhadores municipais, que se dedicaram a produzir os bolbos no Viveiro Municipal, desde o início do mês de janeiro, e que agora assistem ao reconhecimento dos seus frutos um pouco por toda a cidade.

Jorge Loureiro e Bernardina Ferreira são dois dos recoletores responsáveis pela tarefa de acolher, tratar e garantir o crescimento e a correta adaptação das tulipas, quando estas são transferidas para os diferentes locais.

Para isso, explica Jorge, antes de chegarem ao destino final, as flores passam por um processo onde “se descasca a casca do bolbo”, uma vez que ao germinar “a casca perturba o desenvolvimento” da tulipa. De seguida, os bolbos são plantados manualmente em vasos e dispostos numa estufa, onde recebem todas as condições necessárias para germinarem e onde a semente “se vai desenvolvendo”. A rega é também fator preponderante, mas graças à época do ano favorável à precipitação, Jorge Loureiro admite que “não foi preciso muita rega”.

Com 11 variedades de tulipas plantadas, Bernardina Ferreira, que esteve responsável pela tarefa de descascar os bolbos durante o envasamento, enumera algumas das várias tonalidades das flores que viu nascer ao longo de mês e meio: “temos vermelho, amarelo, rosa, roxo, bege, branco”.

Com mais de 40 anos dedicados à profissão, foram muitas as flores e plantas que já passaram pelas mãos dos dois funcionários municipais, que não escondem a satisfação naquilo que fazem: “acho que é um trabalho muito gratificante para quem o faz e que embeleza muito a cidade”, confessa Jorge.

Quanto à alegria que as tulipas proporcionam à cidade nesta época do ano, o recoletor não tem dúvidas de que o resultado final “fica mesmo muito bonito”.

Jorge e Bernardina lamentam apenas a breve longevidade da flor, uma vez que “depois de aberta, se apanhar um dia de calor, ela abre mais e a duração não é muita”, partilham as duas vozes da experiência. Ainda assim, continuam, pode aguentar entre “quinze dias a três semanas, no máximo” - tempo suficiente para serem alvo de apreciação.

Com combinações de diferentes cores, as tulipas adornam agora vários espaços da Invicta, caso do Jardim Marques de Oliveira (popularmente conhecido por Jardim de São Lázaro), onde vários tons, dispostos pelos canteiros em torno do lago principal e zonas envolventes, proporcionam um verdadeiro espetáculo florido a céu aberto.

De resto, a flor importada dos Países Baixos pode ainda ser vislumbrada nos canteiros do Jardim Émile David (situado na entrada dos Jardins do Palácio de Cristal), no Jardim do Passeio Alegre, junto à margem do rio Douro, e nas floreiras da Praça da Trindade.