Mobilidade

Porto revelou plano de sustentabilidade para as obras que decorrem

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O Porto tem diversas empreitadas a decorrer e outras entrarão brevemente em obra (Bolhão; Avenida Fernão de Magalhães e Campo 24 de Agosto; Metro do Porto; Matadouro; Terminal Intermodal de Campanhã, entre outras). Este constrangimento obriga a acelerar o processo de reorganização do transporte público privado, verificando-se também ser este o momento oportuno para promover o transporte público moderno, ecológico e sustentável, em linha com o compromisso da sustentabilidade sufragado eleitoralmente. As mudanças nas linhas da STCP serão residuais e, nesta fase, sem significado, ao contrário das informações erradas que têm vindo a lume na comunicação social. Todas estas questões foram clarificadas, esta manhã, por Rui Moreira em conferência de imprensa realizada nos Paços do Concelho e na qual foi apresentado o plano de mobilidade articulado com os operadores (STCP e privados).

Esclarecendo previamente que "as notícias que têm sido divulgadas estão erradas e os comentários que têm sido feitos baseiam-se em premissas falsas", considerando-os precipitados por não ouvirem primeiro "o que foi decidido e o que tem de ser decidido", o Presidente da Câmara do Porto anunciou que o plano de mobilidade desenhado em virtude das várias obras que a cidade tem em curso, e que irá ter, "foi articulado quer no âmbito da UTS - STCP quer com os operadores e autarcas".

Antes de detalhar o plano, sossegou quem por estes dias comentou informações que não correspondiam à verdade: "as mudanças nas linhas da STCP, como adiante veremos, serão residuais e, nesta fase, sem significado" e derivam "de necessidades absolutas de fecho de ruas decorrentes de obras", acrescentou.

Ladeado pela vereadora dos Transportes, Cristina Pimentel, e pelo diretor municipal de Mobilidade e Transportes, Manuel Paulo Teixeira, Rui Moreira explicou que o rebatimento de transportes pesados de passageiros "é imperioso", numa altura em que a cidade aposta numa série de obras estruturais, algumas delas reclamadas há décadas pelos portuenses.

Paragens da STCP transitam de Alexandre Braga para a Rua do Bolhão

Concentrando-se na obra do Bolhão - aquela que precipitou uma reorganização que já estava nos planos da sustentabilidade do Município - o autarca anunciou que, a partir do dia 5 de fevereiro, "a intervenção no edifício e no subsolo obriga ao corte de trânsito na Rua de Alexandre Braga e, mais tarde, poderá ter implicações na Rua da Formosa", pelo que manter o transporte público nesta rua "é impossível durante a obra" (recorde-se que a circulação de transporte individual na Rua de Alexandre Braga já está interdita há vários anos).  

Mas as alternativas foram muito bem estudadas e trabalhadas no sentido de proporcionar a todas as operadoras e passageiros o maior conforto e um vasto leque de soluções de intermodalidade, garantiu.

Como primeira decisão, Rui Moreira informou que os terminais da rede STCP que estão na Rua de Alexandre Braga serão transferidos para a Rua do Bolhão (esta operadora tem exclusividade de operação dentro da cidade do Porto).

Por outro lado, considerando que a opção de transferir as operadoras privadas para o Campo de 24 de Agosto iria sobrecarregar uma zona também ela em obra, devido à transformação da Avenida de Fernão de Magalhães, a Câmara do Porto investiu cerca de 200 mil euros para criar as condições de rebatimento do transporte daqueles operadores que vêm do exterior junto ao Estádio do Dragão.

Do Bolhão para o Dragão

Com este investimento, neste local estão garantidas melhores condições de acolhimento do que existem no Bolhão e entrada fácil, segura e imediata na rede STCP e Metro.

A estação Estádio do Dragão é servida pela linha que vem de Gondomar, e que se encontra neste ponto abaixo da sua capacidade, acrescida de outras linhas que iniciam serviço precisamente nesta estação, com total capacidade. Pode, por isso, a rede de Metro suportar os cerca de 9 a 10 mil passageiros que entram na cidade através dos operadores privados, conforme assegurou esta manhã a vereadora Cristina Pimentel.

"Podem, alternativamente, os passageiros aceder à rede Metro ainda em Gondomar, nas várias estações existentes no concelho ou integrarem a rede STCP que também opera em Gondomar e Valongo", acrescentou Rui Moreira, frisando que, além de esta solução ser uma "necessidade premente para o Porto, é também uma forma de dar à linha de Gondomar uma maior utilidade, já que os níveis de utilização que conseguiu estão longe do que pode suportar e para os quais foi concebida".

Os passageiros frequentes, com o título do Andante, não terão custos acrescidos. Apenas clientes eventuais podem, caso optem por combinar transporte público privado e STCP ou Metro, ter de pagar mais.

Sustentabilidade da cidade

Rui Moreira contextualizou que a Câmara do Porto assinou com o Governo um acordo que lhe permite ter a gestão, conjunta com outros municípios, da operação da STCP, acordo que incluía a substituição da frota da empresa através da aquisição de 188 novos veículos que representam um investimento feito pelo Estado português superior a 37 milhões de euros. Estes novos autocarros são todos elétricos ou a gás natural, o que representa uma colossal diminuição de emissões poluentes na cidade, mas também um esforço financeiro considerável.

Além disso, assinou com o Governo e com a Metro do Porto um acordo de expansão da rede dentro da cidade, densificando-a nas zonas de maior pressão, reduzindo, também dessa forma, o uso do transporte individual, dado ser o Metro igualmente um transporte de emissões zero.

Acresce que o Município foi pioneiro ao criar e aplicar um regulamento de transporte turístico, que reduz os seus impactos, limita a sua atuação e paragens e incentiva fortemente a adoção de veículos de zero emissões.

Paralelamente, a Câmara do Porto está a investir 3,2 milhões de euros na substituição da sua frota automóvel, sendo os seus veículos total ou parcialmente movidos a eletricidade, o que reduz drasticamente o consumo de combustível fóssil e representa menos 2,3 mil toneladas de emissões de CO2 em quatro anos.