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Combate à dor lombar traz prémio europeu para o i3S

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Um projeto que visa o desenvolvimento de terapias contra a dor lombar, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi premiado com 25 mil euros pela Sociedade Europeia da Coluna. Já no ano passado, a mesma entidade internacional reconheceu o i3S.

O financiamento obtido para o projeto, que envolve investigadores do i3S e do Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar S. João, vai permitir melhorar as terapias com células estaminais já existentes, utilizando tecnologias inovadoras para regenerar o disco intervertebral.

Segundo a equipa premiada, noticia a agência Lusa, a dor lombar afeta a maioria da população em algum momento da sua vida, sendo causada frequentemente pela degeneração do disco intervertebral que ocorre com o envelhecimento.

As opções de tratamento existentes passam por medicamentos para controlar a dor ou cirurgias bastante invasivas e que, em grande parte dos casos, não apresentam soluções a longo prazo.

O projeto, designado "Repurposing CRISPR for disc regeneration", é liderado pela investigadora Joana Caldeira, do grupo "Microenvironments for New Therapies". A ideia é "adaptar uma tecnologia de edição de genes (CRISPR-Cas9) à regeneração do disco", disse a responsável, citada pela Lusa.

O objetivo é "utilizar esta ferramenta inovadora para recriar um microambiente fetal, que já se provou ter maior potencial regenerador", explicou a investigadora. "Deste modo, acreditamos ser possível melhorar as terapias já existentes com células estaminais, providenciando-lhes um ambiente 'mais acolhedor' para sobreviverem e desempenharem a sua função terapêutica".

Como assinala Joana Caldeira, apesar de não ser mortal, a dor lombar é a principal causa de invalidez/incapacidade em Portugal e responsável número um pela perda de anos de vida útil, à frente de outras situações como HIV, acidentes rodoviários, tuberculose, cancro de pulmão ou mesmo complicações associadas à gravidez e pós-parto. "Por todas estas razões, tem um impacto socioeconómico tremendo devido aos elevados custos associados ao tratamento e absentismo", frisou.

A equipa premiada refere "o elevado valor terapêutico desta estratégia para a medicina" e aponta "o tremendo potencial de impacto no dia-a-dia de muitas pessoas, numa era em que o envelhecimento da população já foi identificado como o problema de maior relevo para a sociedade europeia".

Já em 2017 o i3S recebeu um prémio da Sociedade Europeia da Coluna.