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Câmara do Porto assegura que elétrico não vai parar por causa das obras da Metro

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Com a cidade sobrecarregada com as obras – e respetivos atrasos – de construção das novas linhas do metro, o presidente da Câmara do Porto garantiu, durante a reunião de Executivo desta segunda-feira, que não vai permitir que o serviço de elétrico na marginal ribeirinha seja interrompido, conforme prevê o projeto da empresa para a Linha Rubi.

“Se fizeram o projeto presumindo que o serviço de elétrico pode ser interrompido, fizeram o projeto mal. Alterem o projeto”, reforça Rui Moreira, deixando claro que “pelo menos enquanto eu for presidente de Câmara, não quero saber, não vou permitir” a interrupção do elétrico.

A decisão manter-se-á, assegura, “qualquer que seja a consequência”, nomeadamente a nível do cumprimento dos prazos para execução do Plano de Recuperação e Resiliência, até dezembro de 2026.

Em causa está a passagem do elétrico junto a um posto de abastecimento de combustível, na marginal ribeirinha, para onde está projetada a construção de um dos pilares de suporte da nova ponte sobre o rio Douro.

Lembrando como a cidade já tem “um enorme problema com a paragem do elétrico em Parada Leitão, onde colocaram um poço de acesso ao metro exatamente no sítio onde passa o elétrico”, durante a construção da Linha Rosa, já de si muito atrasada, o presidente da Câmara considera que o projeto para a Linha Rubi foi feito “ignorando, mais uma vez, que estão a trabalhar numa cidade que tem infraestruturas, que tem moradores, que tem pessoas que utilizam os transportes”.

Com as obras na Rua Mouzinho da Silveira com “mais de dois anos de atraso”, Rui Moreira volta a afirmar que “a cidade não aguenta. O incómodo dos comerciantes, das pessoas é enorme”.

Lembrando que as frentes de obras têm que ser licenciadas pelo Município, o presidente da Câmara garante que isso não irá acontecer, e que o serviço de elétrico não será interrompido, enquanto os atrasos e outras frentes não estiverem resolvidos.

“Eu duvido que tenhamos a Linha Rosa pronta [em dezembro de 2026]. A Rubi não vamos ter de certeza”, considera Rui Moreira.

PSD aponta gravidade e arrogância à ausência de explicações

O presidente da Câmara falava em sequência da questão da vereadora do PSD sobre os atrasos nas obras. “Se a Metro do Porto quer cumprir o projeto, nomeadamente a suspensão do elétrico, pode começar por cumprir os prazos. Parece que quer cumprir só parcialmente”, afirma Mariana Ferreira Macedo.

A vereadora social-democrata considera, ainda, a ausência de explicação por parte da empresa “muito grave” e “uma arrogância”. “Falta uma atitude de envolver a comunidade e explicar os motivos dos atrasos”, considera.

Recorde-se que a Assembleia Municipal acordou a constituição de uma comissão de acompanhamento das obras da Metro do Porto (assim como da Infraestruturas de Portugal), cujos trabalhados arrancam, precisamente, nesta segunda-feira.

“Espero que verifique que isto não é uma embirração do presidente da Câmara”, atirou Rui Moreira.