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Investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço do Porto integra a equipa internacional que descobriu um exoplaneta que pode ser habitado

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Investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) do Porto integra a equipa internacional que descobriu o exoplaneta Ross 128 b, que se encontra fora do sistema solar mais próximo da Terra e que pode albergar vida.

O Ross 128 b "é do tamanho da Terra, a orbitar uma estrela anã vermelha pouco ativa, o que aumenta as hipóteses de poder albergar vida", refere em comunicado à agência Lusa o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço do Porto (IA).

Este exoplaneta, que foi detetado pelo espetrógrafo HARPS - instalado no telescópio ESO, no Chile, situa-se a 11 anos-luz de distância da Terra e orbita a sua estrela uma vez a cada dez dias, o que corresponde a uma distância cerca de 20 vezes mais próxima do que a que separa a órbita da Terra do Sol.

Segundo Ricardo Reis, do departamento de comunicação do IA, "a zona de habitabilidade é a zona a partir da qual um planeta está à distância correta da sua estrela para poder ter água líquida à superfície".

Estima-se que o sistema Ross 128 se vá aproximando da Terra e que se torne o vizinho mais próximo dentro de 71.000 anos, ultrapassando o Próxima b, que orbita a estrela Próxima Centauri.

Como indica Nuno Cardoso Santos, astrofísico do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), o facto de se ter detetado a existência deste planeta "ilustra a capacidade já existente para encontrar, e no futuro caracterizar em detalhe e de forma recorrente, planetas que reúnam as condições necessárias para a presença de vida".

Este responsável acrescentou ainda que "a equipa do IA está a trabalhar arduamente para atingir esse objetivo", sendo que já foi estabelecido um plano que inclui participações em missões espaciais da Agência Espacial Europeia (ESA) e em vários equipamentos do ESO, como o ELT ou o espetrógrafo ESPRESSO, que deverá começar a funcionar ainda em novembro e tem como missão procurar e detetar planetas similares à Terra, capazes de sustentar vida.

Esta descoberta foi destacada num artigo científico, publicado na Astronomy & Astrophysics, com o título "A temperate exo-Earth around a quiet M dwarf at 3.4 parsecs".

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