Cultura

Porto vai apoiar de forma direta a produção cultural e artística contemporânea

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O Porto vai adotar uma estratégia de apoio direto à produção contemporânea em várias vertentes. Rui Moreira, que o anunciou durante a cerimónia de entrega de medalhas da cidade, diz que já não é o Porto que é a Capital da Cultura, mas a cultura que se torna capital no Porto.

Durante a cerimónia em que o presidente da Câmara do Porto homenageou, a título póstumo, o seu ex-vereador Paulo Cunha e Silva, atribuindo-lhe a Medalha de Honra da cidade, Rui Moreira revelou que a Câmara se prepara para acrescentar uma nova componente à sua política de conteúdos culturais, depois de ter, durante três anos, criado e vitalizado os espaços e consolidado públicos.

"Aquando da inauguração da exposição P. - Uma Homenagem a Paulo Cunha e
Silva, por extenso, anunciei a criação de um prémio internacional de artes
visuais, com o seu nome", começou por lembrar o autarca no seu discurso, "
Sim, queríamos e queremos homenagear o nosso querido amigo e vereador
com esse projecto de estímulo e reconhecimento profissional dirigido a
artistas, nacionais e internacionais, que trabalham em artes visuais: um
domínio que lhe era particularmente próximo, no qual cresceu e permitiu que
muitos crescessem, dentro e fora do país. Era isso que movia o Paulo: provocar
talento, descobrir novo pensamento e dá-lo a conhecer ao mundo que o rodeava. Mas não só. Na verdade, o Prémio Paulo Cunha e Silva constitui uma peça
num plano maior para a Cultura: uma estratégia que estamos desde já a
desenvolver e que pretendemos que potencie o Porto, ao longo dos próximos anos,
como território ímpar para a criação contemporânea."



Rui Moreira explicou: "Depois de três anos a trabalhar na reinvenção dos diferentes espaços de
cultura municipais, na reactivação do património da cidade através da arte
contemporânea, na concepção de programas e festivais que recuperaram e criaram
públicos para a cultura, na diluição de fronteiras e barreiras culturais no
território da cidade, e na ligação da cidade aos discursos contemporâneos
nacionais e internacionais, iremos sedimentar a qualidade de todos estes projectos
e iniciativas. Mas vamos, em simultâneo, concentrar recursos no apoio directo à criação
contemporânea no Porto em áreas tão destinas quanto o pensamento crítico, a
escrita, a prática das artes visuais, a curadoria ou a composição musical. Queremos com os futuros programas de apoio directo à criação artística,
e de apoio e visibilidade a espaços de residência artística da cidade,
contribuir de forma incisiva para fixar o talento da cidade e também atrair
talento nacional e internacional para o tecido artístico do Porto.", revelou.


Indo mais longe no seu pensamento, Rui Moreira complementou: "O Porto é, por natureza um porto. Seja ele o porto que se abria pelo rio
ao mar e nos ligou ao Mundo em todos os sentidos que a vida pode dar, seja ele
hoje também o aeroporto, seja ele o Porto que é abrigo e quer ser abrigo de
novas gentes, de pensamento e de criação contemporânea, provocativa, expansiva,
nova. A criação contemporânea que aqui tem nascido nos espaços e plataformas
mais informais e inusitados; a criação sub-40, sub-30 ou da geração Y, é o
nosso Porto 2001. Sem precisar da construção de templos que já tem. Sem obra de
fachada de que não precisa. Sem necessidade de serventia. Um Porto 2016, 2017
ou dois mil e qualquer coisa. Um Porto contemporâneo e que olha o futuro a partir da sua cultura; uma
cultura que não se confunde com outras. Uma cultura que é, ela própria, a
capital".