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Porto e Faro concretizam estratégia turística e cultural comum

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Jorge Garcia (foto de arquivo)

Porto e Faro assinaram hoje, na cidade algarvia, uma estratégia de atração turística cruzada de programação cultural em rede, no âmbito de um acordo de parceria celebrado entre os presidentes. Na ocasião, Rui Moreira disse aos jornalistas que é possível promover a atração cruzada de turistas, para que visitem ambas as cidades, o que é potenciado pela existência de uma ligação aérea de baixo custo.

"Quando um turista aparece no Porto, normalmente para uma estadia de três a quatro dias, podemos propor-lhe que também visite Faro, assim como o contrário", afirmou o presidente da Câmara do Porto.

Segundo o autarca, os turistas que procuram sol e praia passam normalmente estadias longas durante o verão no Algarve, o que lhes pode permitir tirar alguns dias para ir ao Porto, para uma visita mais cultural e urbana, afirmou Rogério Bacalhau.

O presidente da Câmara de Faro revelou também que já foram feitos contactos, nomeadamente com a Casa da Música, no Porto, para a realização de espetáculos também no Algarve, o que deverá acontecer já no início do próximo ano.

"Temos uma nova vaga de criadores portugueses e não há razão para que uma exposição que esteja no Porto não possa migrar também para Faro", exemplificou Rui Moreira, sublinhando a importância da cultura na inclusão social.

Segundo o autarca do Porto, as duas cidades debatem-se com problemas de exclusão social, nomeadamente nas zonas históricas, pelo que é importante "envolver as comunidades mais fragilizadas como participantes nos eventos e não apenas como espetadores".

Rui Moreira realçou ainda a distância geográfica "confortável" entre Faro e o Porto, que permite que não existam "aspetos de competitividade que resultam do excesso de proximidade" e que, por vezes, "dificultam a colaboração" entre municípios.

Também Rogério Bacalhau considerou que, apesar de as duas cidades terem escalas geográficas, populacionais e dinâmicas económicas diferentes, partilham "desafios comuns" o que apela ao "estreitamento de laços".

O próximo passo é a criação de grupos de trabalho nos dois municípios para que os princípios do acordo passem a medidas concretas, grupos que irão depois elaborar um relatório anual das atividades promovidas. O acordo de cooperação não implica quaisquer responsabilidades financeiras, ficando a cargo de cada autarquia os custos inerentes a cada ação.

O protocolo de cooperação, que está a ser preparado há um ano, prevê ainda a criação de sinergias nas áreas da educação, desporto, investigação e economia do mar, entre outros.