
Fachada do Matadouro
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Vista aérea da cobertura
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Cobertura como será vista da VCI
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Jardim suspenso sobre a VCI
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A rua coberta do Matadouro
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Terraço
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Área de restauração
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Reservas de arte
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Biblioteca
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Uma das vias internas do Matadouro
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Vista noturna do Matadouro
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Um dos espaços com toda a sua imagem industrial preservada
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Reconversão do Matadouro está adjudicada e promete mudar a cidade com 40 milhões de investimento
29-05-2018
A empresa municipal GO Porto já comunicou aos concorrentes à reconversão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã que a empresa portuense Mota Engil foi a vencedora do concurso, segundo o relatório final do júri. Arquiteto japonês que projetou o estádio que abrirá os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 é o autor de arrojado projeto que partilha com portugueses da OODA.
A notícia é capa do Jornal Porto., que amanhã começará a ser distribuído e que conta que está previsto um investimento de quase 40 milhões de euros, totalmente suportado por privados. O espaço será usado para acolher empresas, mas também reservas de arte, museus, auditórios e projetos de coesão social.
O projeto de arquitetura é da autoria do conceituado arquiteto Kengo Kuma, em parceria com os portugueses OODA. O japonês é autor de projetos reconhecidos em todo o mundo, nomeadamente o novo Estádio Nacional do Japão, que será palco da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio; Suntory Museum of Art, também na capital japonesa; a Bamboo Wall House, na China; a sede do Grupo Louis Vuitton, no Japão ou Besançon Art Center, em França.
A decisão de reconverter o espaço do antigo Matadouro através de um processo concursal de concessão a ser lançado pela GO Porto foi tomada no ano passado, através de uma deliberação do Executivo que mereceu a aprovação de 12 dos 13 vereadores.
A Mota Engil prevê construir uma grande cobertura que, num só gesto, une o antigo, que será preservado, e o novo edifício de remate, assim como a passagem por cima da VCI. Todo o trabalho foi feito com o cuidado e sensibilidade de quem intervém em património histórico, mas pretendendo criar unidade e identidade. Estabelece assim um diálogo de escala com as grandes infraestruturas adjacentes e, através dos materiais, com o casario da freguesia da Campanhã.
O desenho da cobertura não só une todo o complexo, como através do seu movimento, sublinha as partes essenciais do programa, servindo como pontos de referência e orientação. A proposta cria um impacto visual único para quem atravessa a VCI e permite fazer com que a cidade ganhe elasticidade.
Conforme anuncia o artigo publicado no jornal Porto., a reconversão do Matadouro é o que se chama um game changer, ou seja, é algo que, realmente pode servir como um desafio à cidade ou, pelo menos, a uma boa e importante parte da cidade, mudando-a. Segundo a publicação da Câmara do Porto, o Matadouro, que articula com as acessibilidades criadas e para outras infraestruturas (as construções do Terminal Intermodal de Campanhã e da nova ponte que ligará a zona oriental a Gaia serão contemporâneas), pode servir como grande impulsionador económico, social, cultural e demográfico das freguesias mais orientais do Porto (Bonfim e Campanhã), mas será também um extraordinário polo dinamizador de toda a cidade. Com áreas para a instalação de empresas, mas também com museus (o Museu da Indústria ficará lá sediado), reservas de arte, auditórios, espaços expositivos e equipamentos sociais, o Matadouro não é, contudo, a repetição do conceito de condomínio empresarial fechado como existe noutros locais, mas antes um espaço aberto e de passagem, ou seja, será parte da cidade. Será cidade.
Um dos elementos fundamentais do projeto é a rua pedonal coberta, que o atravessa de ponta a ponta, ligando a um jardim suspenso sobre a VCI que dá acesso à Estação de Metro do Estádio do Dragão. Este canal permitirá dar vida quotidiana ao espaço, introduzindo-lhe vivência de cidade e não fechando o ecossistema. Dito de outra forma, o Matadouro cria a grande rua coberta do Porto, a partir da qual se desenvolve uma cidade nova, capaz de servir como grande impulsionador da zona oriental.
O concessionário, que será responsável por todo o investimento, fica obrigado a cumprir o programa delineado pela Câmara do Porto nos próximos 30 anos, findos os quais, o equipamento ficará municipal. Nesse período, a Câmara do Porto também ocupará parte do Matadouro, onde desenvolverá a parte cultural e de coesão social associada.