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Teatro Municipal aposta na programação para miúdos e graúdos com Foco Famílias

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Crevescer é o espetáculo que, ontem e hoje, abre o Foco Famílias do Teatro Municipal do Porto. Trata-se da programação especial para miúdos e graúdos, que aproveita o fim do período escolar com espetáculos, workshops e oficinas para todos. 

O Foco Famílias começou na tarde de seta-feira, no Teatro Campo Alegre, com duas sessões do espetáculo Crevescer e casa cheia de miúdos e graúdos que foram "ver crescer".

Para a Francisca, aluna do 1.º Ciclo do Ensino Básico das escolas da Área Metropolitana do Porto, "foi muito divertido, pois fui ver um teatro sobre o crescimento de um senhor".

António Pedro, o encenador do Crevescer, revela que este surgiu de uma epifania de fazer um espetáculo que falasse sobre esta ideia de envelhecer, "de crescer e envelhecer, que aparentemente é o mesmo processo porque é o tempo a passar. Só que, a partir de certa altura da nossa vida, já não estamos a crescer, estamos a envelhecer".

Para o músico cineasta, como o próprio se define, "isto é uma espécie de sequela do Sopa Nuvem, em que o tema agora é este, por isso se chama Crevescer, que é uma mistura de crescer com envelhecer. Tento misturar as duas coisas em projetos como estes, uma espécie de cinema ao vivo: juntamos o lado das artes performativas, da música ao vivo, ao cinema, em que grande parte do espetáculo é filmada e eu interajo em tempo real com as imagens filmadas", conclui o encenador.

O Teatro Municipal do Porto faz, regularmente, focos sobre determinados temas e Dina Lopes, coordenadora do Programa Paralelo de Aproximação às Artes Performativas, recorda que "já tivemos o Foco Deslocações, o Foco Brasil, o Foco Rock e Pop. Pontualmente, pensamos em Focos de programação sobre uma determinada temática e, neste caso, achámos que fazia sentido associar essa programação a um programa paralelo e fazer um Foco destinado à família".

A atual época festiva faz-nos olhar mais para a família, revisitam-se valores humanos e familiares e, para Dina Lopes, "esta é uma oportunidade para esquecermos o lado consumista do Natal".

No entanto, "há sempre alguma dificuldade em encontrar atividades que possam ser feitas em família e, pensando nisso, apresentamos todos os meses um projeto que é para ser visto em família, com a característica de que tanto miúdos como graúdos que forem ver o espetáculo sentem que é para eles", salienta a coordenadora do Programa Paralelo. 

"Temos um workshop à noite para pais e professores, mas que também pode ser feito em família, com a Companhia Belga Kabinet k/Hetpaleis, que termina no dia 16 de dezembro, com uma conversa moderada por uma criança e por um adulto", adianta Dina Lopes.

Joke Laureyns é a coreógrafa da Companhia Belga Kabinet k e uma das responsáveis pela performance "Horses". "É uma espécie de variante de dança sobre a confiança cega que existe entre dois seres humanos. Trabalhamos sempre com adultos e crianças, que se influenciam mutuamente. Uma criança não está formatada para o que a dança tem de ser; a criança tem liberdade completa para a sua própria experiência física. Mas, adultos e crianças, ambos são mentores porque é um trabalho colaborativo", acrescenta a coreógrafa.

A mentora da Companhia Belga salienta que esta é a estreia da Kabinet k em Portugal e convida a assistir à performance "Horses", indicando que "o público tem a oportunidade de misturar a música com energia, numa linguagem que é muito orgânica e nada formal".

O Programa Foco Famílias é o resultado de três anos do projeto Programa Paralelo do Teatro Municipal do Porto, que tem apresentado mensalmente projetos e atividades para escolas e famílias.

"Neste caso, achámos que fazia sentido centralizar num dia bastante preenchido com atividades que começam às 10 da manhã e têm o último espetáculo às 19 horas; um dia que possa ser mesmo visto e vivido em família", explica Dina Lopes. E, porque há muitos tipos de famílias, foi criada uma série de atividades sobre um mesmo tema: de manhã, um workshop de teatro e um workshop de dança. Além disso, é há uma instalação interativa que permanece durante o dia todo, uma exposição, desenhos de crianças da escola de Coimbrões, Academia de Música Vilar do Paraíso, da Igreja Velha e do Agrupamento de Escolas Abel Salazar. "São trabalhos feitos pelos miúdos sobre o que é para eles o conceito de família. São eles a defini-lo e são muito engraçados. Só por isso, vale a pena vir aqui espreitar", apela Dina Lopes, garantindo que "temos várias surpresas".

Os espectadores com bilhetes para o "Horses" têm, ainda, a possibilidade de fazer um aquecimento físico sobre o espetáculo que vão ver a seguir.

Fique a saber mais sobre esta aposta do Teatro Municipal do Porto no polo do Campo Alegre clicando aqui e aproveite para conhecer toda a programação do Programa Paralelo seguindo esta ligação.