Economia

Concurso de Apoio ao Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia avança para a 2.ª edição

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Miguel Nogueira

"Promover e apoiar o ecossistema empreendedor e de inovação da cidade" é, nas palavras do vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, o principal desiderato da segunda edição do Concurso de Apoio ao Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, hoje aprovada em reunião de Câmara. A competição tem consignados 70 mil euros, podendo cada candidato receber até dez mil euros por candidatura, de acordo com a pertinência das atividades selecionadas.
Reconhecendo que o ecossistema empreendedor da cidade "está pujante" e que a Câmara do Porto tem nesta matéria um papel relevante a desempenhar, o vice-presidente da autarquia, e responsável pelo Pelouro da Inovação e do Ambiente, defendeu na reunião de Executivo que o concurso visa a capacitação das startups enraizadas no Porto, e que se insere, por isso, num vasto conjunto de iniciativas e dinâmicas que têm sido desenvolvidas e/ou apoiadas sob a chancela do Município.
As sinergias estabelecidas com entidades que promovem o empreendedorismo e com a comunidade já resultaram, na primeira edição desta competição, em números expressivos. "Foram rececionadas mais de 50 candidaturas, selecionados oito projetos, contabilizados mais de 40 organizadores, recebidos 130 oradores, e houve mais de 1300 participantes envolvidos nas várias atividades", sumarizou Filipe Araújo, em resposta às dúvidas levantadas pelo vereador do PSD, Álvaro Santos Almeida, que havia questionado "qual o interesse desses eventos para o Município do Porto", que, em contraponto, disse que "acharia muito bem" se o mesmo concurso fosse promovido pelo Ministério da Economia.

Para o vice-presidente da Câmara do Porto, "a incapacidade de Álvaro Almeida para interpretar os benefícios" do concurso revela "falta de visão sobre o que se passa nas cidades e que envolve empreendedorismo, inovação e criação de conhecimento". Nesse sentido, descriminou todas as atividades desenvolvidas no âmbito da primeira call, que contribuíram para aumentar as oportunidades de networking e fontes de conhecimento para negócios em fase de arranque e de aceleração na cidade. "A primeira edição do concurso compreendeu a realização de open days, a materialização de dias imersivos no ecossistema, o desenvolvimento de atividades específicas para as mulheres na tecnologia, pré-acelerações com o objetivo de selecionar projetos, workshops, exposições de tecnologia, conferências com oradores internacionais, abertura de Fab Labs à sociedade, como o evento Made in Baixa", entre outros.

No entanto, no entendimento de Álvaro Santos Almeida, a ação da autarquia deve limitar-se à criação de condições para a instalação de startups na cidade, sendo que todas as iniciativas e projetos que extravasem esse âmbito não trazem, no seu entender, benefícios para a cidade.
Em oposição a esta ideia, o responsável pelo Pelouro da Inovação considerou que o que importa para a vitalidade do ecossistema empreendedor da cidade não é somente o apoio na localização para a instalação das startups, até porque "felizmente há muitos espaços disponíveis até por iniciativa privada". Mais do que isso - e mais importante até, reconheceu - é o trabalho desenvolvido por várias entidades que definem programas de capacitação e de aceleração, responsáveis por manter viva a vitalidade do ecossistema.
 
Por seu turno, o presidente da Câmara do Porto, procurando também responder às dúvidas que persistiam da parte do vereador do PSD, referiu que "um dos aspetos fundamentais nas cidades, na forma como concorrem entre si, é serem vistas como ambientes competitivos que promovem o empreendedorismo e, mais do que isso, o conceito do scale up". E lembrou "que as startups continuam hoje com elevada taxa de mortalidade infantil. Portanto, tudo o que contribua para o reconhecimento e promoção desse ambiente competitivo é útil", finalizou.
A proposta acabou aprovada por toda a maioria, com a abstenção do vereador do PSD, Álvaro Almeida.


SOBRE O CONCURSO

Os critérios de avaliação da competição vão desde o rigor e apresentação da candidatura à pertinência e impacto das atividades propostas, considerando-se ainda a capacidade e experiência da entidade para a execução das atividades, bem como a adequação e justificação do orçamento.
A composição do júri do Concurso de Apoio ao Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia integra a diretora executiva do UPTEC-Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, Clara Gonçalves; pela Associação Porto Digital, Daniela Monteiro e Paulo Calçada; da parte da Agência Nacional de Inovação, foi nomeado José Carlos Caldeira; da Porto Business School, a representante é Patrícia Teixeira Lopes; da Associação Nacional dos Jovens Empresários, Rafael Alves Rocha; e do Politécnico do Porto, Porto Design Factory, é Rui Coutinho.