Economia

Grandes investidores no Porto são certeza de uma economia com impacto sustentável

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Se já eram visíveis os resultados da aposta numa estratégia consistente de atração de grandes empresas, estes estão, agora, comprovados. As conclusões de um estudo sobre o Porto Leading Investors, o programa que reúne empresas e investidores que têm vindo a contribuir para a economia da cidade, apresentam-no como "uma poderosa alavanca de desenvolvimento económico e social" do país. São 26 mil empregos criados, 222 milhões de euros investidos no Porto em quatro anos e um futuro ainda em crescimento.

Talento. Tecnologia. Tolerância. São estes, na visão do vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo, os grandes fatores de atração da região do Porto para o investimento direto estrangeiro (IDE).

"Conhecemos os fatores determinantes do sucesso das políticas de atração de IDE e é fundamental que estejamos todos claramente alinhados para que estas tenham a capacidade de se sustentar e alavancar enquanto estratégia de desenvolvimento económico e social no país", sublinhou Ricardo Valente, na apresentação do estudo de impacto dos Porto Leading Investors, na manhã desta quinta-feira, no Museu Nacional Soares dos Reis.

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Assumindo os fatores políticos, económicos, legais, tecnológicos, mas também sociais e culturais que caraterizam o Porto e a região, o vereador olha para os resultados do estudo como "significativos em termos de criação de valor acrescentado, investimento em investigação e desenvolvimento, reduzida pegada ecológica, orientação fortemente exportadora e criação de emprego qualificado".

No entanto, acrescenta, "é fundamental reconhecer que existem desafios a serem enfrentados".

Nas palavras de Ricardo Valente, o impacto económico, social e ambiental do Porto Leading Investors pode ser amplificado por duas vias distintas, mas complementares: "pelo apoio às estratégias de consolidação e expansão das empresas já inseridas no programa e pela atração de novas empresas, através da promoção de um ecossistema empresarial dinâmico e competitivo".

Serão as "estratégias de oferta de uma qualidade de vida elevada, de um ambiente de inovação desafiante, e de criação de condições de mobilidade e de habitação", que tornarão real a ambição.

2.073 milhões de euros de impacto na produção nacional e 26 mil empregos criados

Considerando os impactos diretos, indiretos e induzidos da atividade, o estudo revela que, em quatro anos, as 43 empresas que compõem os Porto Leading Investors investiram 222 milhões de euros. Só em 2022, onde reportam os dados, o impacto na produção nacional foi de 2.073 milhões de euros e de 1.166 milhões no Valor Acrescentado Bruto (1% do total nacional), o que se traduz em 15 euros gerados por cada euro investido.

Em matéria de receita fiscal, o impacto é de 209 milhões de euros, sendo o impacto no rendimento das famílias de 715 milhões. No emprego, contam-se 25.731 novos postos de trabalho.

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Importa destacar, também, que 65% dos fornecedores destas empresas são nacionais, que 88% das atividades desenvolvidas são na área da inovação e que 44% destes investidores oferecem produtos ou serviços com impacto ambiental positivo direto.

Quando comparado com a média nacional, o grupo de empresas supera em vários parâmetros: na produtividade do trabalho (mais 4%), na intensidade da criação de valor (mais 23 pontos percentuais) e nas atividades de inovação (mais 40 pontos percentuais).

Para lá dos valores económicos, o estudo mostra, ainda, o "claro compromisso com os valores ecológicos", com os produtos e serviços desenvolvidos por 44% dos Porto Leading Investors a ter um impacto ambiental positivo relevante.

Acrescem, também, que 79% das empresas tem ações sociais na comunidade e metade recorre a critérios sociais na seleção dos próprios fornecedores.

Para o futuro, o conjunto de empresas atualmente englobadas perspetiva crescer 14%/ano até 2026, em matéria de número de postos de trabalho criados.

Temos talento e tecnologia capaz de rivalizar com o ecossistema internacional”.

A apresentação dos resultados do estudo foi, ainda, a oportunidade para uma mesa redonda em torno da atratividade do Porto em matéria de IDE. Pedro Sousa Rodrigues reconheceu que a cidade "tem conseguido, nos últimos anos, apresentar-se bem lá fora", destacando a força da marca "Porto" e que os grandes fatores que trazem investidores à cidade são o talento e a qualidade de vida. Apesar do "choque externo negativo", com a diminuição de investimento a nível internacional, o assessor do concelho de administração da AICEP sublinha que "o Porto continua a ter uma procura interessante".

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Maria Moura Oliveira destacou o facto de "16% das empresas que constituem o Porto Leading Investors terem passado pela UPTEC", o que é uma confirmação de que "temos talento e tecnologia capaz de rivalizar com o ecossistema internacional".

Por seu lado, João Maia, diretor-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Sucedâneos, lembrou que o setor do calçado "foi um dos primeiros a atrair investimento estrangeiro", que ajudou ao seu desenvolvimento, sendo que "uma parte desses investidores ainda cá está e a reinvestir".