Cultura

Os 3 Porquinhos vêm ao aniversário do Teatro de Marionetas do Porto

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O espetáculo "Os Três Porquinhos", com base na história original de J. O. Halliwell, é apresentado a partir de sexta-feira no Teatro de Belomonte, no âmbito da programação que assinala os 30 anos do Teatro de Marionetas do Porto.  

Assentando numa metáfora a propósito dos "lobos maus" na sociedade humana, a peça - que foi apresentada há 18 anos no Rivoli - segue a encenação e a cenografia de João Paulo Seara Cardoso, ficando em cena no Teatro de Belomonte até 26 de agosto, com apresentações às 19 horas de quinta-feira a domingo.

"Quando, em 1843, J. O. Halliwell publicou pela primeira vez a história de 'Os Três Porquinhos', estaria longe de imaginar as voltas que o mundo iria dar", aponta Stefan Harrel, coautor dos textos com Lydia Lunch, Jello Biafra e J. O. Halliwell. "O certo é que os três porquinhos e o malvado lobo embalaram na vertigem do tempo e chegaram até nós, habitantes da aldeia global", vinca. E, daí, parte para as questões a que o espetáculo procura responder:
Onde estão, como sobrevivem, como se adaptaram os nossos porcos metafóricos aos tempos pós-modernistas? Qual é a moral da história? 

Sabe-se que os dois porquinhos mais novos foram comidos porque eram uns artistas preguiçosos que só pensavam em cantar e dançar, e nunca mais se ouviu falar deles ("A arte é inútil", terá vociferado o Lobo Mau antes de os devorar).

Quanto ao porco mais velho, aprendendo a comportar-se segundo o elementar princípio da realidade, salvou-se de ser comido e ainda se preparava para comer o lobo, cozido no caldeirão de água fervente. Mais uma vez, demonstrando um notável sentido de oportunismo, o lobo tê-lo-á seduzido.

A analogia entre Lobo Mau e "as forças associais, selvagens e devoradoras, contra as quais temos de aprender a defender-nos", é óbvia. E, nesta história interminável de grandes e pequenos, de fortes e fracos, de predadores e de vítimas, ficam sempre sem resposta as questões fundamentais: Quem come quem? Quem é comido?

No entanto, como sublinha ainda Stefan Harrel, "o importante não é quem come quem; o importante mesmo é não nos deixarmos ser comidos. Porque a vida é bela e o céu é azul".


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