Cultura

Françoise Vergès e Kader Attia nas sessões públicas de curso de reflexão em arte contemporânea

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O curso de reflexão em arte contemporânea "The Time(s) of The Contemporaneity 2: Descolonizando a Cultura" começa já nesta quarta-feira, 10 de julho, e tem sessões públicas ao fim da tarde.

Nos dois primeiros dias do curso, 10 e 11, essas sessões decorrem às 18,30 horas no Clube Fenianos Portuenses e são conduzidas, respetivamente, por Françoise Vergès e Kader Attia.

Na quarta-feira, Françoise Vergès orienta a sessão "Estranho Fruto: A Banana como Metodologia Descolonial e Curadoria de uma Prática Descolonial". A politóloga e feminista francesa investiga a história da escravatura colonial, crioulização e mestiçagem, psiquiatria pós-colonial e feminismo décolonial. Entre 2009 e 2013, foi presidente do Comité National pour la Mémoire et l'Histoire de l'Esclavage (Comité Nacional para a Memória e a História da Escravatura).

Françoise Vergès escreveu, entre outros, os livros "Monsters and Revolutionaries" (1998), "Le Ventre des femmes" (2017) e "Un féminisme descolonial" (2019); produziu os filmes "Aimé Césaire face aux révoltes du monde" (2013) e "Maryse Condé. Une voix singulière" (2011). Enquanto curadora independente, organizou, no Museu do Louvre, "L'esclave au Louvre: une humanité invisible" (2013) e desenvolveu as exposições "Dix femmes puissantes" (2013) e "Haïti, effroi des oppresseurs, espoir des opprimés" (2014) para o Mémorial de l'abolition de l'esclavage de Nantes.

"Sanando Feridas" é o título da sessão pública que decorrerá na quinta-feira, 12 de julho, com Kader Attia. O artista franco-argelino tem vindo, na última década, a desenvolver uma pesquisa sociocultural que o conduziu à noção de "Reparo", um conceito que tem vindo a trabalhar filosoficamente nos seus escritos e na sua obra como artista visual. Em 2016, fundou "La Colonie", em Paris, um espaço centrado na descolonização de pessoas, conhecimento, atitudes e práticas. Foi galardoado com o Marcel Duchamp Prize e Prize of the Miró Foundation (Barcelona), em 2016, e o Yanghyun Art Prize (Seul) em 2017.

Ainda durante esta semana, decorrerão também as sessões "Tchon Tchoma: sobre a restituição", que juntará a artista Filipa César a Emanuel Lopes, membro-fundador do coletivo Cadjigue, e ao escritor Marinho de Pina, no dia 12 de julho às 18,30 horas no Clube Fenianos Portuenses; e uma conversa entre Dora García e Maria Trabulo, na Galeria Municipal do Porto, no dia 13, às 18 horas.

"The Time(s) of The Contemporaneity 2: Descolonizando a Cultura" procurará ser novamente um espaço de reflexão sobre a ideia de contemporaneidade, desta vez focando o debate na relação entre arte, etnias, instituições e o legado do colonialismo. Artistas e intelectuais reunir-se-ão para explorar metodologias de descolonizac?a?o em museus e galerias, modos de interagir criticamente com o passado colonial e como os feminismos do Terceiro Mundo usaram o socialismo revoluciona?rio.

Todas as informações referentes aos cursos de reflexão em arte contemporânea dos Colectivos Pláka estão disponíveis em www.plaka.porto.pt.