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Descarbonização dos transportes já tem uma coligação internacional

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Miguel Nogueira

Foi hoje oficialmente lançada em Leipzig, na Alemanha, a Aliança para a Descarbonização dos Transportes. A TDA (acrónimo de Transport Decarbonisation Alliance) tem na sua génese países, cidades e empresas. Entre as entidades fundadoras está a Frente Atlântica constituída pelos municípios do Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia.

A formação da TDA parte de um facto incontestável - o setor dos transportes é responsável por 25% das emissões de gases com efeito de estufa associados à fonte energética - e como resposta ao Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas, que requer economias com zero emissões de carbono na segunda metade do século.

A partir de hoje, os estados, cidades e organizações empresariais da Aliança assumem o compromisso de trabalharem juntas em prol de um desígnio que deve ser global, a urgente descarbonização do setor dos transportes.
Como é salientado em comunicado à Imprensa, os membros da TDA formam "uma coligação focada em acelerar a transformação mundial do setor em direção a um sistema de mobilidade de emissão zero antes de 2050". 

Com este desígnio, a ambição da nova organização "é tornar-se no fórum mais visível e influente em termos de cooperação pública e privada para garantir que todos os setores dos transportes contribuam para os objetivos do Acordo de Paris". É que, e citando a ministra dos Transportes de França, Elisabeth Borne, "sem uma ação firme em relação ao aumento das emissões, o Acordo de Paris irá fracassar".

Constituída por seis países (Costa Rica, Finlândia, França, Holanda, Luxemburgo e Portugal), cinco cidades (Roterdão, Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos, como Frente Atlântica, e Lisboa) e seis empresas (Alstom, CEiiA, EDP, ITAIPU Binancional, Michelin e PTV), a TDA pretende facilitar o debate sobre a descarbonização quer no contexto global, regional, nacional e local quer no processo das políticas empresariais, dando o exemplo e demonstrando que a descarbonização é tecnicamente viável, economicamente atrativa e trará grandes benefícios sociais e ambientais, pela partilha de melhores práticas.

Refira-se que a participação do Porto nesta Aliança foi aprovada por unanimidade na última reunião da Assembleia Municipal. A proposta abriu espaço a um debate sobre a descarbonização dos transportes e a realidade da cidade neste domínio, com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a apontar como principais emissores de CO2 o tráfego na VCI e a opção pelo do transporte particular. Nos dois casos, as soluções fogem da esfera de competências do Município, que onde pode tem agido para reduzir a pegada ecológica. A criação da TDA é mais um passo e a afirmação do compromisso da cidade com a sustentabilidade ambiental.