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Valores de liberdade de D. Pedro servem de homenagem ao mérito do povo judeu

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O Museu Judaico do Porto recebeu, ao final do dia desta sexta-feira, o Colar do Mérito “Pedro, O Libertador”. Atribuída pelo Conselho de Minerva, a rede de antigos alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a condecoração pretende reconhecer no povo judeu os valores de liberdade do I Imperador do Brasil.

No ano em que se celebra o bicentenário da Independência do Brasil, o legado do rei D. Pedro IV continua a fortalecer os laços entre aquele país e o Porto. Na cerimónia de atribuição do Colar do Mérito “Pedro, O Libertador”, o presidente da Câmara do Porto apelidou este de “um reconhecimento absolutamente justo e pertinente, considerando a notável história desta comunidade e a sua profunda ligação à cidade do Porto”.

Para Rui Moreira, que durante a manhã recebeu a mesma distinção, este momento “espelha a convergência entre os valores liberais defendidos por D. Pedro e a luta pela liberdade do povo judeu, nomeadamente no Porto”, recordando como “os judeus portugueses estiveram, tal como D. Pedro, na primeira linha da defesa dos direitos civis, em particular a liberdade de culto”.

Considerando que “faz absoluto sentido e é inteiramente justo” atribuir o Colar do Mérito “Pedro, O Libertador” à Comunidade Judaica do Porto, o presidente da Câmara afirmou que “a Sinagoga, o Museu Judaico e o Museu do Holocausto são também símbolos dessa liberdade que D. Pedro heroicamente defendeu”. Rui Moreira considera esta liberdade “tributária dos valores do humanismo, nos quais se inscreve a tolerância religiosa”.

A cerimónia contou a presença do diretor do Museu Judaico do Porto, Michael Rothwell, que também frisou como "esta cidade do Porto, uma cidade de liberdade, foi fundada também por uma população judaica" e que muitos judeus que aqui se instalaram "estiveram presentes" ao lado de D. Pedro, na altura do Cerco do Porto, e "deram a sua vida pela liberdade". Já o presidente do Conselho de Minerva preferiu "imaginar as trincheiras do [Cerco do] Porto e os liberais a cantar ao lado de D. Pedro". "Ele haveria de estar emocionado, como nós estamos aqui", acredita Sebastião Amoêdo de Barros.

O Conselho de Minerva galardoa personalidades e instituições, nacionais ou estrangeiros que, “pelas suas nobres virtudes ou pela prestação dos mais relevantes serviços de interesse público, se tenham tornado dignos de tal homenagem”.