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Valor patrimonial dos cemitérios do Porto em destaque no novo vídeo promocional turístico

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Filipa Brito

Não são uma escolha óbvia para o visitante que chega à cidade, mas os cemitérios do Porto fazem parte do roteiro turístico – há um novo vídeo promocional que desvenda alguns dos segredos destes espaços, evidenciando os seus aspetos patrimoniais.

O dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha], da Porto Editora, define cemitério como o “recinto destinado à sepultura dos defuntos”, explicando que a palavra deriva do grego koimetérion, «dormitório». Porém, o convite é para estar acordado e de olhos bem abertos ao visitar estes espaços, retratados no novo vídeo promocional turístico do Município.

São seis os cemitérios do Porto, sendo que o vídeo conta ainda com imagens do Túmulo de João Gordo, na Sé. Num percurso pelo Cemitério de Agramonte, Cemitério do Bonfim, Cemitério da Lapa, Cemitério Prado do Repouso, Saint James Cemetery, e Catacumbas da Igreja de S. Francisco, o vídeo promocional evidencia os aspetos patrimoniais destes espaços de interesse patrimonial e cultural.

A história dos cemitérios do Porto remonta a 1 de dezembro de 1839, data em que foi benzido pelo Bispo D. Frei Manuel de Santa Inês o primeiro cemitério público do Porto: Prado do Repouso.

“Destacamos os jazigos do notável Francisco de Almada e Mendonça (1757-1804), com busto do escultor Soares dos Reis (1847-1889), do poeta Eugénio de Andrade (1923-2005), projeto do arquiteto Siza Vieira (1933), do médico e artista plástico Abel Salazar (1889-1946), do pintor António Cruz (1907-1983), da pintora Aurélia de Souza (1866-1922) e do pioneiro do cinema português Aurélio da Paz dos Reis (1862-1931)”, lê-se numa publicação dos serviços municipais do Ambiente.

O mesmo documento salienta a existência no local de uma flora variada, que inclui exemplares de Camélia (Camelia japónica), Olaia (Cercis Siliquastrum), Cipreste (Cupressus sempervirens), Árvore-de-júpiter (Lagerstroemia indica), Tulipeiro-da-Virgínia (Liriodendron tulipífera), Magnólia (Magnolia obavata) e Amargoseira (Melia azedarach).

O Cemitério de Agramonte foi o segundo cemitério público da cidade, tendo sido inaugurado em 1855. “Dos numerosos monumentos de valor histórico e artístico destacamos o jazigo de Homenagem às Vítimas do Incêndio do Teatro Baquet (1888); do benemérito Conde Ferreira (1782-1866), com réplica da escultura de Soares dos Reis (1847-1889), cujo original foi entretanto retirado para o Museu de que o escultor é patrono; do realizador Manoel de Oliveira (1908-2015); do pintor António Carneiro (1872-1930), da violoncelista Guillermina Suggia (1885-1950), do fotógrafo Carl Émile Biel (1838-1915) e do arquiteto Tomás Soller (1848-1883), entre outros”, notam os serviços municipais.

Os cemitérios do Prado do Repouso e de Agramonte têm, ainda, a particularidade de serem os únicos em Portugal a integrar a Associação dos Cemitérios Monumentais da Europa e de também estarem incluídos na Rota Europeia dos Cemitérios – criada em 2010 pelo Conselho da Europa.

A Associação dos Cemitérios Monumentais da Europa congrega mais de 150 espaços com “grande potencial para investigação histórica, cultural e arquitetónica”, pode ler-se no site oficial.

O vídeo “Cemitérios do Porto” integra o conjunto de 22 vídeos promocionais que o Município do Porto está a lançar com o objetivo divulgar e valorizar a cidade, bem como promovê-la a nível local, nacional e internacional, apresentando um Porto cativante nas suas diversas dimensões: cultura, arquitetura, património, gastronomia, artesanato, arte urbana, desporto, feiras e mercados ou hospitalidade.