Sociedade

Universidade de portas abertas

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No próximo
dia 2 de abril, o Edifício Histórico da Reitoria da Universidade do
Porto vai abrir as portas à população como forma de assinalar o Dia
Nacional dos Centros Históricos. A partir das10h00, estão todos convidados
a aventurar-se numa visita guiada ao encontro dos rostos, das
memórias e das histórias guardadas na "casa mãe" da U.Porto.
Mas também vai ser dia de ir para a rua. Porquê? Porque a obra e engenho
de muitos dos seus "filhos" se encontra espalhada pelo mundo, pelo país, mas
também pela cidade. E com exemplos que estão bem perto da Universidade que
comemora este ano 105 anos de existência.


 


Logo à
entrada do Edifício, há escadarias que têm direito a paragem obrigatória. E
este vai ser um desses casos. As telas de Veloso Salgado são para olhar com
tempo. Este filho de agricultores que nasceu na província espanhola de Orense
em Abril de 1864 e que vinte anos depois partiu para a capital francesa, onde
foi admitido na École des Beaux-Arts, expôs o seu trabalho no Salon
de Paris, no Grémio Artístico, na Exposição de Arte de Munique e na
Exposição Universal de Antuérpia, reuniu uma considerável coleção de prémios e
foi eleito Académico de Mérito da Academia de Belas Artes de Lisboa.


 


Mas há outras
obras para ver de perto, como as de Agostinho Salgado, Carlos Carneiro
e Júlio Resende. É deles a mão por trás do pincel que retratou vários dos
antigos reitores da Universidade do Porto. Homens que simbolizam diretrizes
académicas, mas também sociais, políticas e culturais com ramificações na
cidade e, consequentemente, no país.


 


E quando
sairmos do edifício, vamos para onde? Atravessamos a praça de Gomes Teixeira?
Quem nunca reparou no pavão que se ergue no firmamento? É só olhar para o topo
da fachada dos Armazéns Cunhas, obra de Manuel Marques, arquiteto e professor
formado na Academia Portuense de Belas Artes. O projeto resulta da união de
três edifícios oitocentistas que receberam uma frente única de estética Arte
Déco.


 


Não muito
longe, outra paragem obrigatória, ou não se tratasse de uma das obras mais
admiradas do mundo. Já foi, de resto, considerada a mais bonita do mundo. Há
ainda quem não conheça a Livraria Lello? Mas a pessoa que a imaginou pela
primeira vez. De quem é a ideia do grande vitral no teto, das prateleiras
neogóticas e da escadaria vermelha em espiral que inspirou os livros de J. K.
Rowling? Francisco Xavier Esteves foi estudante
de Engenharia na Academia Politécnica do Porto, depois Professor
e como engenheiro realizou várias obras no Porto, sendo a mais famosa o
edifício, em estilo neogótico, da, então, livraria Chardron, hoje chamada
Livraria Lello & Irmão.


 


Dia 2 de abril traz muito mais para ver. Edifícios, jardins,
esculturas e espaços públicos? E muitas outras histórias que Susana Pacheco
Barros tem para contar. Licenciada em História de Arte e pós-graduada em
História da Cidade do Porto pela Faculdade de Letras da U.Porto, é colaboradora
da Unidade de Gestão de Documentação e Informação da Universidade do Porto
Digital. Guia, desde 2001, visitas histórico-culturais, sobretudo no Porto
Património Mundial, mas também no Alto Douro Vinhateiro e nos centros
históricos de Braga e de Guimarães.


 


Esta visita realiza-se então no âmbito das comemorações do Dia
Nacional dos Centros Históricos, formalmente criado a 28 de março e comemorado
este ano, excecionalmente, a 2 de abril. As inscrições
são gratuitas, mas obrigatórias. Podem ser feitas aqui.


 


Fonte: Portal de Notícias da U.Porto