Turismo

Uma visão mais sustentável para o futuro turístico do destino Porto

  • Paulo Alexandre Neves

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No Dia Mundial do Turismo, que hoje se comemora, o Município do Porto apresentou uma nova estratégia para o setor, focada no turismo positivo, com novas narrativas, enrobustecendo a atratividade da cidade e garantindo, simultaneamente, a sustentabilidade para os seus moradores. “Queremos um turismo sustentável, não só em termos ambientais, mas também que conviva bem com a população”, afirmou o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, durante a apresentação da “Visão de Futuro para a Sustentabilidade do destino Porto”, que decorreu no Parque das Águas.

Acompanhado da vereadora do Turismo e da Internacionalização, Catarina Santos Cunha, demais vereadores do Executivo, do presidente da Assembleia Municipal, Sebastião Feyo Azevedo, do presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, e de muitos representantes do Conselho Municipal do Turismo, Rui Moreira garantiu que os portuenses já se “podem dar ao luxo de dizer o que queremos e não queremos. Mais difícil é conseguir o que queremos e não conseguir o que não queremos”, disse.

Recuando no tempo em que “a Rua das Flores estava a cair, a ‘Mouzinho da Silveira’ não tinha reabilitação, a Baixa era um deserto”, o autarca portuense sublinhou que, nessa altura, “não podíamos ser esquisitos”. “Não podíamos fazer escolhas. Queríamos turistas, empresas, desenvolvimento. Não nos podemos arrepender do caminho que fizemos. O turismo foi o acelerador que precisávamos para mudar a cidade, em termos da sua reabilitação, da sua vivência, da sua economia. Teve óbvias vantagens para toda a gente”, acrescentou.

Volvido todo este tempo, e face aos novos desafios, o presidente da Câmara Municipal do Porto deixou uma certeza: “Não queremos uma massificação de turismo. Queremos um turismo mais especializado. Queremos que os turistas não venham só ao Porto, mas descobrir a cidade que lhes interessa”.

“Queremos diversificar para crescer”

A vereadora do Turismo e da Internacionalização apresentou, mais pormenorizadamente, a “Visão de Futuro para a Sustentabilidade do destino Porto”. “Temos, para este destino, pensadas novas narrativas”, afirmou Catarina Santos Cunha, apresentando “o Porto como um destino único, onde se conciliam, de forma magistral, equilibrada e sustentável, duas grandes vertentes: por um lado, o Porto que todos conhecemos – genuíno, autêntico, tradicional e exemplo da hospitalidade. Por outro, o Porto que todos estamos, cada vez mais, a reconhecer também como nosso – criativo, disruptivo, moderno, internacional, sustentável e a fervilhar em novas indústrias que não estão somente no centro histórico”.

Com este documento estratégico, o Município do Porto tem uma ambição: “Queremos diversificar para crescer. Primeiro, diversificar o perfil de quem chega, de onde chega e por que motivos chega”, afirmou a vereadora, reconhecendo como essencial uma aposta aprofundada nos mercados asiático e americano, ainda pouco explorados.

“Ambicionamos que o Porto seja um destino de vanguarda internacional, afirmando-se como uma cidade europeia de referência. Queremos que todas as ações nos levem ainda a ser um dos destinos mais competitivos e sustentáveis do mundo”, disse.

O crescimento passa, entre fatores, por uma elevação do perfil dos visitantes – gerações mais jovens, segmentos premium e de luxo, aumentando a média de estadias, que se situa, atualmente, apenas em 2,1 noites – e criando novas narrativas para a cidade. “Formas inovadoras de contar e mostrar a cidade, através de novas rotas e novas experiências de marca. Pretendemos desafiar turistas e locais a ver o Porto de diferentes perspetivas, dando a conhecer zonas e atividades menos óbvias, demonstrando a versatilidade deste destino”, sublinhou Catarina Santos Cunha.

Nesse sentido, vai ser trabalhada, com base em estudos e levantamentos, uma divisão do território por “bairros”/“quarteirões”, ou seja, locais mais periféricos, mas que se distinguem pela gastronomia, pela cultura ou pela envolvente natural; locais menos conhecidos, mas que espelham formas de viver típicas, humanizando a oferta turística. No fundo, segundo a vereadora do Turismo e Internacionalização, “locais que serão um destino…dentro do próprio destino Porto”, como sejam já os casos “do polo artístico de Cedofeita/Miguel Bombarba, a zona do Campo Alegre ou o polo criativo do Bonfim”.