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Uma saúde na ciência, uma saúde na política face à emergência climática

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One Health, Uma Saúde, significa a ligação e, mais do que a ligação, a interdependência e a influência da saúde humana, animal e ambiental umas nas outras. Ao longo de três dias, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) debruça-se sobre o tema e, para isso, chamou especialistas de vários setores. Convidado a participar, nesta sexta-feira, no “One Health Day”, o presidente da Câmara do Porto considera que o conceito “deve ser adotado, não apenas enquanto abordagem científica, mas também enquanto abordagem política face à emergência climática que estamos a viver”.

Foi nesse sentido que, lembrou Rui Moreira, o Município “desenvolveu uma estratégia multidisciplinar e colaborativa, não só para mitigar os efeitos das alterações climáticas, mas também para promover a sustentabilidade e qualidade ambiental da cidade”, da qual faz parte o Pacto do Porto para o Clima.

Sublinhando o “papel crucial que as cidades têm no processo de transição climática”, o autarca reforça que são necessárias “políticas mais ambiciosas, inovadoras, disruptivas”.

Da parte do Porto, assegura Rui Moreira, “tem havido uma aposta continuada na sustentabilidade e na descarbonização, particularmente em áreas críticas como a energia, a mobilidade, a rede de água, os resíduos e as zonas verdes”, que se refletem na qualidade de vida e na saúde de quem vive na cidade.

O presidente da Câmara partilhou com os participantes no “One Health Day” exemplos como a melhoria da eficiência energética na generalidade dos edifícios municipais, a “estratégia que coloca o Porto na liderança nacional do combate ao desperdício de água potável”, o investimento na mobilidade sustentável, “por forma a proteger o ambiente, a promover a eficiência dos recursos e a contribuir para uma economia de baixo carbono” assim como a promover “a saúde e bem-estar dos portuenses”, a expansão dos espaços verdes e, por fim, “o aumento do volume de resíduos orgânicos em recolha seletiva, que, só em 2022, evitou o equivalente à emissão de mais de 15 mil toneladas de CO”.

São estas algumas das “boas práticas ambientais” que, acredita o autarca, “ajudam a prevenir doenças, evitando a degradação da saúde da população e as consequentes perdas materiais e humanas”. “Se o planeta estiver doente, nós também estaremos doentes”, sublinha.

Consciente de que “a saúde humana e animal não pode, de facto, estar desligada da saúde ambiental”, Rui Moreira deixou o alerta para “os custos económicos, sociais e humanos de acudir às doenças ao invés de as prevenir com eficácia”.

“Precisamos de sensibilizar a sociedade para a importância dos comportamentos sustentáveis na saúde, bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos”, reforça o presidente da Câmara do Porto.