Sociedade

Uma cidade amiga já tem plano para os mais velhos

  • Paulo Alexandre Neves

  • Notícia

    Notícia

Esta quinta-feira foi oficialmente apresentado o "Porto Cidade Amiga das Pessoas Idosas 2023-2025". Trata-se de um plano de ação, pioneiro a nível nacional, que visa responder aos desafios do rápido envelhecimento da população. Envolveu a colaboração de cerca de 70 entidades da rede social que têm intervenção direta com este público-alvo. São cerca de 80 ações e projetos, dos quais se destaca, por parte da Câmara Municipal, a criação de uma comissão municipal para sinalizar idosos em isolamento e exclusão.

"[O plano] Representa o compromisso do Município com a segurança e autonomia, o bem-estar físico e mental, a inclusão social e a cidadania plena das pessoas mais velhas", assegurou o presidente da Câmara, durante as II Jornadas Porto Cidade Amiga das Pessoas Idosas, que decorreram, ao longo do dia, na Alfândega.

Para Rui Moreira, "o Porto tem todas as condições para concretizar este plano. Por um lado, a cidade apresenta bons índices de qualidade de vida, vive em harmonia social e tem conseguido preservar os laços comunitários, as relações de vizinhança e o valor estrutural da família".

Coesão Social continua a ser uma prioridade

Neste âmbito, o Porto já integra a Rede Mundial de Cidades Amigas das Pessoas Idosas, que abrange 1145 cidades de 50 países. Mas, "não obstante os progressos dos últimos anos, sentimos a necessidade de promover uma reflexão profunda sobre políticas para a promoção do envelhecimento ativo e saudável na cidade", sublinhou.

O documento envolveu a colaboração de cerca de 70 entidades, entre juntas e uniões de freguesia, escolas, centros de saúde, ordens profissionais, instituições de solidariedade social e muitos outros organismos estatais e locais. "Com ele, o Município espera não só mitigar os efeitos do atual envelhecimento populacional da cidade, mas também evitar as consequências futuras da inversão da pirâmide etária", disse o presidente da Câmara.

Relembrando que a Coesão Social é, desde 2013, um dos três grandes pilares da estratégia de desenvolvimento da cidade, juntamente com a Cultura e a Economia, Rui Moreira concluiu: "Estamos verdadeiramente empenhados em tornar o Porto uma cidade mais amiga das pessoas idosas. Temos conhecimento, massa crítica e instrumentos para acudir aos problemas que advêm do envelhecimento populacional. Além disso, contamos com os contributos de uma rede de parceiros experimentados e conhecedores da realidade sociodemográfica da cidade".

Cinco áreas de intervenção

Assente em cinco áreas de intervenção – Pessoas, Prestação de Serviços, Lugares e Ambiente, Produtos, Soluções e Equipamentos e Políticas –, o plano, coordenado pelo vereador da Coesão Social, Fernando Paulo, e pelo professor António Fonseca, da Universidade Católica Portuguesa, abrange mais de 80 projetos.

Para além da criação de uma comissão municipal para sinalizar idosos em isolamento e exclusão, as ações e projetos integradas no novo plano estendem-se a outras áreas, como a saúde, o espaço público, a habitação e a mobilidade.

Para o vereador da Coesão Social, "responder ao rápido envelhecimento das populações, permitir às pessoas seniores desfrutar de uma vida plena, ativa e saudável e proporcionar meios que permitam uma maior participação cívica na sociedade são propósitos que a todos deve mobilizar", pelo que "tudo faremos para vencer o maior desafio na implementação deste plano: garantir uma política de envelhecimento que proporcione aos seniores independência, participação, segurança, auto-realização e dignidade".

As II Jornadas Porto Cidade Amiga das Pessoas Idosas integraram vários painéis com representantes de entidades que trabalham nesta área, entre eles a Organização Mundial de Saúde e representantes dos municípios de Barcelona (Espanha), Genebra (Suíça) e Cracóvia (Polónia).

O Plano "Porto Cidade Amiga das Pessoas Idosas 2023-2025" está disponível aqui.