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U.Porto presta homenagem a 12 mulheres com percurso notável na área das ciências

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Filipa Brito

A Universidade do Porto lança nesta terça-feira, dia 10, o ciclo "E contudo, elas movem-se! Mulheres e ciência", com a inauguração de uma exposição nas arcadas da Reitoria, para visitar até dia 29 de outubro. Entre as homenageadas estão Carolina Beatriz Ângelo, que foi a primeira mulher a votar em Portugal, e Maria de Lurdes Pintasilgo, única mulher a exercer o cargo de Primeira-Ministra no país.

O programa do ciclo tem como epicentro a exposição que reúne um conjunto de 12 painéis com fotografias e informação detalhada sobre cada uma das homenageadas, mas também se desenvolve a partir de uma série de eventos abertos a toda a cidade, pensados para "mostrar como apesar de tudo e contra tudo, as mulheres, muitas vezes, se moveram".

Debates, mesas-redondas, ciclos de cinema, exposições, conferências, ou lançamento de livros integram o leque de mais de uma vintena de ações preparadas durante as próximas três semanas, com celebrações sobretudo concentradas na Casa Comum da Reitoria.

A primeira iniciativa decorre já a partir das 18 horas de hoje, dia que marca o arranque do ciclo e da inauguração da exposição. Aliás, verte sobre a apresentação do livro "E contudo, elas movem-se! Mulheres e ciência (com poemas)", por Rosa Maria Martelo, informa o Notícias U.Porto.

Na exposição, que recebe o mesmo nome do ciclo e do livro, são desvendados os percursos de Adelaide Cabete (1867-1935), a médica ginecologista, feminista e sufragista responsável pela fundação da Maternidade Alfredo da Costa. E das também médicas Domitila de Carvalho (1871-1966) e Carolina Beatriz Ângelo (1878-1911), a primeira mulher a votar em Portugal, em 1911. Pioneiras nas suas áreas foram também a bióloga Matilde Bensaúde (1890-1969) e a física Branca Edmée Marques (1899-1986), esta última discípula de Marie Curie e precursora no estudo da radioatividade em Portugal.

Mais recentes, mas igualmente inspiradores, são os trajetos de Cesina Bermudes (1908-2001), a primeira mulher a doutorar-se em Medicina em Portugal; de Lídia Salgueiro (1917-2009), pioneira nas áreas de Física Experimental e Física Atómica; de Maria de Lurdes Pintasilgo (1930-2004), engenheira químico-industrial e primeira e única mulher a exercer o cargo de Primeira-Ministra em Portugal; e da cientista Odete Ferreira (1925-2018), pioneira na luta contra a SIDA e responsável pela identificação do Vírus da Imunodeficiência Humana de tipo 2 (VIH-2).

A completar o grupo das 12 homenageadas, todas elas pioneiras nas suas áreas de formação, e que mesmo assim tiveram de enfrentar obstáculos para se afirmarem no contexto académico e profissional, estão três mulheres com fortes ligações à U.Porto. São elas Leopoldina Ferreira Paulo - primeira mulher doutorada pela Universidade do Porto, em 1944; Virgínia Moura (1915-1998), a segunda mulher a licenciar-se em Engenharia Civil em Portugal, pela Faculdade de Engenharia (FEUP); e Isolina Borges (1931-2007), a primeira mulher doutorada em Psicologia por uma universidade portuguesa, fundadora e primeira professora catedrática da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP).

A organização do ciclo é liderada pelo Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, em parceria com a Reitoria da U.Porto.

+ Info: todas as iniciativas são de acesso livre e podem ser consultadas AQUI.