Tsai Ming-Liang, Jane Birkin e tesouros do cinema para descobrir no Batalha

Entre dezembro e fevereiro, o Batalha Centro de Cinema apresenta um ciclo temático dedicado à música de dança, três retrospetivas e um programa especial que propõe a (re)descoberta de tesouros do cinema recentemente restaurados. Paralelamente, o público poderá visitar duas novas exposições, de Jonathas de Andrade e Salomé Lamas.

Apresentado entre 2 de dezembro e 19 de janeiro, o ciclo "After Hours: Clubbing no Cinema" lança um olhar retrospetivo à evolução da música de dança, recorrendo ao cinema para explorar a forma como a cultura noturna transformou momentos pessoais em movimentos coletivos de reivindicação e emancipação.

Entre 13 de janeiro e 28 de fevereiro, a retrospetiva "Tsai Ming-Liang, Tempo do Desejo" é dedicada à obra de um dos nomes maiores do cinema contemporâneo.

O cineasta é autor de uma prolífica filmografia — que inclui o célebre "O Sabor da Melancia" —, distinguida várias vezes em Cannes. A retrospetiva inclui todas as longas-metragens de ficção para cinema, bem como duas instalações que quebram barreiras de género.

"Às Voltas com Cronenberg"

A retrospetiva "Quem és tu, Jane B.?", apresentada entre 20 de janeiro e 22 de fevereiro, acompanha e explica as diferentes fases da carreira de Jane Birkin, artista multifacetada e emblema de uma geração. O programa integra filmes de Michelangelo Antonioni, Agnès Varda, Jacques Deray, Marion Hänsel e Joe Massot, e ainda duas longas realizadas por Birkin.

Até 20 de dezembro, ainda é possível assistir "Às Voltas com Cronenberg". O programa — um dos mais acompanhados pelo público do Batalha desde a abertura — entra na reta final da filmografia de David Cronenberg, onde o realizador continua a explorar ideias de transformação, abdicando do body horror para se centrar na psique humana.

A partir de 28 de dezembro, o Batalha dá início a um novo programa, "Tesouros do Arquivo", que propõe a (re)descoberta de obras recentemente restauradas pelos laboratórios, arquivos e cinematecas mais importantes da indústria. Obras cuja importância para a história do cinema é já reconhecida, mas também outras, de múltiplas geografias, que por diversas circunstâncias não chegaram ao grande público. A partir de fevereiro, este programa adota uma cadência regular com duas sessões mensais.

Batalhawood e Luas Novas

A 17 de dezembro e 25 de fevereiro, é dada continuidade ao projeto Batalhawood, desenvolvido em colaboração com os vizinhos do Batalha com raízes no Bangladesh.

Serão assinaladas duas importantes datas para o Bangladesh — o Dia da Vitória e o Dia Internacional da Língua Materna —, com a apresentação de dois filmes selecionados em conjunto com a associação Comunidade do Bangladesh do Porto. A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete no dia das sessões.

Já o programa Luas Novas destaca obras dos cineastas David Bonneville (12 de dezembro), Tânia Dinis (11 de janeiro), Rita Barbosa (9 de fevereiro).

Festival IndieJúnior Porto

Entre 22 e 28 de janeiro, o Batalha volta a acolher o festival IndieJúnior Porto que, este ano, tem como tema central a Liberdade, juntando-se às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

Até 18 de fevereiro, também será possível visitar a exposição "Sobrevoo", de Jonathas de Andrade, artista que representou o Brasil na Bienal de Veneza em 2022. Resultado de uma residência artística desenvolvida no Porto a convite do Batalha, esta obra fílmica envolveu um trabalho de pesquisa e diálogo com associações e grupos da cidade, nomeadamente a Associação Columbófila do Distrito do Porto e a Rádio Associação Moradores da Bouça.

A exposição "Paraficção", de Salomé Lamas, será apresentada até 10 de março. A cineasta tem vindo a desenvolver uma prática artística no domínio do cinema e da arte contemporânea que designa como “falar perto” — um método que utiliza para se relacionar com o mundo recorrendo a materiais ficcionais e não ficcionais, apresentados de forma aberta e provocadora.

Mais informações em www.batalhacentrodecinema.pt.