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Todos os gestos contam na limpeza da cidade. As manobras ao volante de varredoras elétricas ainda mais

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Quem ouve o entusiasmo com que Anabela Matos fala da "sua" máquina fica na dúvida sobre quem mais irá beneficiar das novas varredoras mecanizadas que o Município do Porto vai colocar nas ruas para assegurar uma maior eficácia do processo de limpeza de estradas e passeios. Se não for a própria cidade ou o ambiente, uma vez que a maior parte dos 20 novos veículos é elétrica, será, com certeza, a cantoneira municipal, que até hoje assumia a missão de vassoura na mão. São seis milhões de euros de um investimento em todos eles.

"É um privilégio servir a nossa cidade porque as ruas são nossas. Esta é a nossa paixão", partilha a trabalhadora, que, a partir de agora, ao volante de uma das novas varredoras logo às sete horas da manhã, acredita que terá "maior conforto". O entusiasmo nos trabalhadores da Porto Ambiente, que vêm tendo formação para manobrar as novas máquinas, é contagiante.

E tudo se conduz em torno da sustentabilidade. Desde a energia que move os veículos, à água que é usada pelas vassouras mecânicas. A primeira, comprada ou produzida pelo Município, sempre proveniente de fontes renováveis. A segunda, vinda das ETAR onde, desde setembro, é produzida água para reutilização a partir de águas residuais.

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Um cuidado constante desde que a tarefa de limpeza das ruas foi internalizada na empresa municipal Porto Ambiente, depois de um processo bem-sucedido na área da recolha de resíduos, e que, hoje, conta com mais de três centenas de trabalhadores, entre cantoneiros e motoristas.

"Temos olhado para esta área e tentado criar eficiências para poder ter uma cidade cada vez mais limpa e com melhores condições na qualidade do serviço que prestamos", sublinha o vice-presidente da Câmara.

Tudo isso, acredita Filipe Araújo, "introduz uma diferença grande num aspeto que sabemos que o cidadão privilegia e ao qual tem atenção, que é a qualidade da limpeza do espaço público". "Temos, claramente, feito um esforço e acho que se nota, até pelo feedback que temos recebido", refere o também responsável pelo Ambiente e Transição Climática.

Varreduras mecânica e manual vão coexistir na eficiência da limpeza urbana

Dado o seu caráter multifuncional articulado e compacto, os equipamentos dispõem de elevada mobilidade em centros urbanos, permitindo a sua intervenção em zonas de difícil acesso.

Em menos de dez minutos, podem ser convertidos em esfregadoras/lavadoras com aspiração, além de possuírem um tanque de água, que permite a sua conversão em lava ruas com barra frontal, ou pala de remoção de areia, ou terceiro braço para monda mecânica evitando o uso de glifosato.

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Ainda que "os meios mecânicos nos ajudem em muitas situações a fazer uma limpeza de outro nível", a varredura manual não vai, pelo menos para já, terminar. Até porque, mesmo que o objetivo seja a redução da utilização de sopradores, ainda nada substitui o trabalho dos cantoneiros quando se trata de limpar as folhas acumuladas.

Aí, explica o vice-presidente da Câmara, "todas as varredoras têm mangueiras que permitem que vá um cantoneiro ao lado a soprar, com uma pequena quantidade de água, para encaminhar a sujidade para depois ser aspirada pelas varredoras".

Internalização da limpeza cria sentimento de pertença

Questionado sobre a importância deste investimento, e já depois de ter comprovado a facilidade de condução dos novos veículos, o presidente da Câmara não tem dúvidas de que o Município está a "garantir que a nossa cidade tem mais limpeza e que essa limpeza é feita de uma forma mais eficiente, de uma forma sustentável, e que os nossos trabalhadores têm mais condições".

Com 20 novos equipamentos, 12 deles elétricos (não são mais porque não existem varredoras elétricas de todas as dimensões no mercado), esta é, também, uma "requalificação dos nossos trabalhadores", sublinha Rui Moreira, referindo-se a quem garante a limpeza das ruas da cidade como "uma linha direta" dos munícipes à autarquia.

"Para a população, [a internalização da limpeza], isto de termos a nossa imagem ligada à cidade aumenta o sentimento de pertença. Ela sente que eles são nossos e que pode, através deles, fazer chegar os reparos, as reclamações, as preocupações", refere o presidente da Câmara.