Cultura

"Terra Elétrica" é o tema anunciado para a próxima edição Fórum do Futuro

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O Fórum do Futuro encerrou hoje seis dias de autêntico festival do pensamento no Porto, com grandes nomes a arrastarem milhares de pessoas às salas por onde passou. Na última sessão, dedicada aos refugiados, Rui Moreira subiu ao palco do Rivoli para anunciar o tema da edição 2017: "Terra Elétrica".

"O Fórum do Futuro do próximo ano partirá da vontade de refletirmos sobre a forma como a Humanidade interfere na Terra, sobre o nosso impacto nos equilíbrios terrestres - e como esta manipulação afecta as nossas vidas, as nossas crenças e valores, mas também a vida dos seres que connosco partilham o planeta.", justifica o presidente da Câmara, também responsável pelo pelouro da Cultura da autarquia, acrescentando: "Este é hoje, porventura, o tema mais pertinente para debater e descobrir a Arte Contemporânea, os seus discursos mais interessantes e até radicais, mas também grandes inovações em inúmeras áreas científicas - da química à geologia, passando pela física e a astronomia."

A Câmara do Porto quer, com a próxima edição, trazer ao Porto aqueles que de forma mais excitante exploram, pensam e investigam este assunto, e todas as suas possibilidades, nas suas práticas profissionais e intelectuais. E quer continuar a olhar para fora da Europa, compreender a natureza humana em toda a sua complexidade cultural e promete que a programação do Fórum possa chegar a todos, de todas as idades e classes sociais, como até aqui tem acontecido.

Rui Moreira aproveitou também a ocasião para agradecer aos parceiros da Câmara do Porto no Fórum do Futuro, que vai na sua terceira edição, nomeadamente, à Casa da Música, à Fundação Serralves, ao Teatro Nacional de São João, à Universidade do Porto e, também, à Mala Voadora, que colaborou nesta edição. Mas também agradeceu ao público, pela forma como encheu as salas de uma forma interessada e culta.

Mas esta última sessão do Fórum do Futuro 2016 também merece ser referida pelo que nela aconteceu. Na verdade terá sido uma das mais intensas de sempre. Em palco esteve um jornalista do The Guardian, especialista na crise dos refugiados; um refugiado sírio que documentou em vídeo a sua fuga do país, rumo à Europa e que acabou por fazer parte de um documentário da BBC; e o presidente da Câmara de Chios, cidade grega que tem recebido milhares de refugiados oriundos do Médio-Oriente.

Uma sessão que exibiu imagens fortes e testemunhos notáveis acerca do problema global em que se transformou a guerra na Síria.

Já ao final da tarde Joshua Oppenheimer indiscutivelmente, e até agora, o mais notável e importante novo documentarista a emergir neste século, trouxe ao Porto uma impressionante sessão do Fórum do Futuro. O Ato de Matar (The Act of Killing) e O Peso do Silêncio (The Look of Silence) são duas das suas espantosas, chocantes e aprofundadas reportagens, onde revela a história oculta do Genocídio indonésio em meados dos anos 1960. Recebeu dezenas de prémios internacionais e antecedeu a sessão de encerramento, no Rivoli.

No sábado, o tema da guerra foi também abordado, através do projeto do israelita Eyal Weizman da Goldsmiths University, o FORENSIC ARCHITECTURE, que investiga situações de guerra, identificando autores e demonstrando verdades ocultas (nas imagens).