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Terminal Intermodal de Campanhã vai ter estacionamento a custo reduzido

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Guilherme Costa

A Assembleia Municipal aprovou, na noite desta segunda-feira, a alteração à tabela de preços e receitas do Código Regulamentar do Município do Porto nos parques de estacionamento. Em causa, as tarifas do parque de estacionamento para veículos ligeiros do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), a um custo de 30 euros por mês por pessoa.

No debate sobre o tema, o presidente da Câmara do Porto assinalou que o parque de estacionamento do Terminal Intermodal de Campanhã é um “investimento virtuoso”, e que se enquadra num vasto conjunto de medidas e projetos que o município tem vindo a adotar neste domínio, para contribuir para a descarbonização da cidade.

“Estamos empenhados na descarbonização. Hoje já não é uma opção política, é uma emergência e custa dinheiro, porque se não custasse, não precisávamos de a impulsionar”, afirmou Rui Moreira, na sessão ordinária da Assembleia Municipal, que decorreu ontem à noite, no auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett.

“O Terminal Intermodal vai retirar mil autocarros por dia do centro da cidade”, continuou o autarca, frisando que a descarbonização é “uma necessidade imperiosa”, e que não há outro caminho senão o investimento. “Os veículos limpos custam mais dinheiro, mas este é um investimento virtuoso em que a Europa tem de se envolver”, referiu.

Rui Moreira sublinhou também que o caminho da descarbonização “não é um parto sem dor”, ao mencionar outros investimentos, como a intermunicipalização da STCP e a comparticipação do Município do Porto para o PART - Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (sem falar da medida exclusiva do Porto com o passe intermodal gratuito para os jovens dos 13 aos 18 anos).

Quanto ao tarifário do parque de estacionamento do TIC, Rui Moreira disse que “o preço que estamos a propor para as pessoas que têm Andante é de 1,20 euros por dia. O parque é 30 euros por mês por pessoa, e no caso das famílias é de 40 euros”, esclareceu em resposta ao deputado do PS Alfredo Fontinha que, apesar de algumas observações quantos às tarifas aplicadas no estacionamento de rua, considerou que os preços propostos “estão na mesma linha dos que atualmente são praticados”.

Ainda sobre os valores em causa, o presidente da câmara do Porto defendeu que é preciso “encontrar um equilíbrio razoável”. “Estamos a discriminar positivamente as pessoas que têm Andante”, o que permite que andem de metro, comboio ou qualquer linha de autocarro, salientou.

Do PSD, o deputado Francisco Carrapatoso disse acreditar que o TIC vai ser “uma revolução na cidade” e que vai ter “todas as vantagens de mobilidade e ambientais” para a freguesia de Campanhã, acrescentando que, no entanto, preferia um modelo concorrencial na exploração.

Em representação da bancada da CDU, o deputado Artur Ribeiro manifestou que os parques de estacionamento periféricos na cidade “devem ter preços simbólicos”, e considerou que os preços propostos nesta alteração ficam aquém desse desígnio.

Bebiana Cunha, deputada do PAN, concluiu que a proposta integra “objetivos evidentemente positivos”, mas que deveria haver um critério de revisão dos valores.

Do Bloco de Esquerda, o deputado Joel Oliveira assinalou que, embora subsistam algumas dúvidas, existe “um certo consenso” em relação à proposta.

A proposta foi aprovada com os votos favoráveis do grupo municipal independente Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido e PS, e abstenção do PSD, CDU, BE e PAN.

É convicção do município que o parque de estacionamento do TIC, com capacidade entre 230 a 240 lugares, vai reforçar “a estratégia integrada de mobilidade que o município tem vindo a desenvolver”. “O parque de estacionamento permitirá reforçar a utilização do transporte público, através da promoção de produtos combinados de 'Park & Ride' entre a utilização do transporte público e o estacionamento de veículos de transporte individuais”, assinala a proposta da vereadora dos Transportes, Cristina Pimentel.

A empreitada do Terminal Intermodal Campanhã, cujo investimento ronda os 12,6 milhões de euros, tem data prevista de conclusão para o terceiro trimestre de 2021. Além de ser uma obra revolucionária do ponto de vista da mobilidade, também o será no que diz respeito à sustentabilidade ambiental, já que a cobertura verde que está a ser preparada, somando aos espaços ajardinados e lagos, vai totalizar cerca de 4,6 hectares de área verde.