Mobilidade

Terminal Intermodal de Campanhã está inaugurado e a cidade ganha mais um pulmão verde

  • Paulo Alexandre Neves

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“É um marco histórico para a reorganização de todo o sistema de transporte público do Porto e um passo crucial para a descarbonização da cidade”. Foi assim que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, definiu a importância que a inauguração, hoje, do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) representa para a cidade e a região.

Com a entrada em funcionamento do TIC – obra orçada em mais de 13 milhões de euros e com uma área verde superior a 4,6 hectares – “cumpre-se uma prioridade assumida pelo Município do Porto de promoção do cidadão multimodal” e da aposta no transporte público eficiente e sustentável, salientou o autarca, que aludiu ainda ao contributo que o equipamento dará ao objetivo do Pacto do Porto para o Clima, de atingir a neutralidade carbónica na cidade do Porto até 2030.

Rui Moreira deixou uma garantia: “Desenganem-se aqueles que acham que a circulação de veículos pesados de passageiros no Porto vai continuar igual. Este é um terminal aberto a todos os operadores e a todo o tipo de serviços de transporte rodoviário de passageiros”.

“Seremos firmes na optimização deste recurso, seremos implacáveis na regulação definitiva do transporte interurbano regional e internacional na cidade”, acrescentou.

A inauguração do TIC, a requalificação do Polo Intermodal da Boavista da STCP (no Bom Sucesso), o investimento da Metro do Porto no Polo Intermodal da Asprela e a requalificação do Parque das Camélias permite, segundo o autarca, “libertar o espaço público da cidade para usufruto e serviço urbano”.

“Aqui [no TIC], onde as linhas se encontram, podemos assegurar que demos mais um passo para que a nossa cidade seja mais confortável e mais interessante”, sublinhou Rui Moreira, que estava acompanhado do presidente da Assembleia Municipal, Sebastião Feyo de Azevedo, vereadores do Executivo, alguns presidentes de Câmara da Área Metropolitana do Porto, representantes de conselhos de administração de empresas municipais e participadas e demais convidados.

“Cumprimos um dos nossos maiores desígnios: reabilitar as esquecidas ‘zona oriental’ e ‘freguesia de Campanhã’”

Após visita inaugural ao espaço, conduzida pela presidente do conselho de administração da STCP, Cristina Pimentel, o presidente da Câmara do Porto sublinhou também a escolha da zona oriental da cidade para a implantação da obra, observando a sua localização privilegiada face aos principais eixos viários e aos outros meios de transporte. “Campanhã não podia ser apenas uma grande estação ferroviária com ligação ao Metro e à rede urbana de autocarros. Campanhã era o local de excelência para uma grande interface, de primeiro nível, não só da cidade, mas de toda a região Norte”, frisou.

Recordando o histórico do processo, que remonta a 2003, altura em que o equipamento foi prometido pelo Estado português, Rui Moreira assinalou a importância do Acordo do Porto, subscrito em 2015, como ponto de partida para desbloquear o processo após 12 anos de impasse. Nesse acordo, o Município do Porto assumiu o compromisso de construir o equipamento e, como contrapartida, o Estado português acordava a cedência dos terrenos.

Na cronologia dos acontecimentos, o lançamento do concurso aconteceu em junho 2016, a apresentação do projeto vencedor, da autoria do arquiteto Nuno Brandão Costa, foi conhecida em fevereiro de 2017, e o concurso da empreitada surge em setembro de 2018.

Um ano depois, em setembro de 2019, dá-se início à empreitada de construção do Terminal Intermodal de Campanhã, num investimento municipal superior a 13,2 milhões de euros.

“Os trabalhos de construção do TIC foram pautados por alguns reveses, usuais numa obra desta envergadura, mas foram, sobretudo, assolados por uma das piores crises sanitárias de que temos memória. Não fora a pandemia, e o Terminal Intermodal de Campanhã já constaria há muito do acervo da cidade, bem como outros equipamentos e infraestruturas que estão em execução”, afirmou Rui Moreira, na sua intervenção.

Com a conclusão da obra do Terminal Intermodal de Campanhã, o presidente da Câmara do Porto rematou: “Cumprimos um dos nossos maiores desígnios: reabilitar as politicamente esquecidas ‘zona oriental’ e ‘freguesia de Campanhã’, que, para nós, sempre foram prioritárias em termos estratégicos e de investimento”.

Factos e números do TIC

  • 50 mil metros quadrados de área total de implantação;
  • 24 mil metros quadrados de área bruta total de construção;
  • Área ajardinada de 4,6 hectares, representando a maior cobertura verde (1.600 árvores) alguma vez implantada num edifício público da cidade;
  • 230 lugares de estacionamento para carros;
  • 100 lugares de estacionamento para bicicletas;
  • 30 lugares de estacionamento para realização de tempo de suporte;
  • 8 cais de embarque e desembarque, em regime de rotação;
  • Até mil serviços por dia;
  • Até 120 mil passageiros diários;
  • 43 milhões de pessoas por ano;
  • Criação de 55 empregos no imediato;
  • Redução de 1776 tep (toneladas equivalentes de petróleo) na baixa do Porto.

A gestão da obra esteve a cargo da empresa municipal GO Porto. Já a gestão operacional do terminal, que tem início hoje mesmo, ficará a cargo da STCP Serviços.