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Teatro Campo Alegre com dois dias de Double Trouble e três espetáculos que questionam as regras e os limites

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O Teatro Campo Alegre recebe, nesta sexta-feira e sábado, a quarta edição do Double Trouble com espetáculos de Julian Hetzel, Xana Novais e Mafalda Banquart & Emanuel Santos.

O trauma do passado estático, os desafios do presente fluido e as questões do futuro incerto são alguns dos temas abordados neste Double Trouble que leva a palco um percurso performativo através de uma fábrica de ideologias, um espetáculo-rádio e um show-jantar.

Enquanto Julian Hetzel mói estátuas de tiranos para refazer o seu significado, Xana Novais coloca à prova a dor e os limites ao questionar Sade. Duas performances em estreia nacional no Double Trouble.

Pela primeira vez em palco, “What Plato said to Ariana Grande” debate a importância dos mecanismos de produção e projeção de fantasia para a construção de identidade. Um espetáculo-rádio de Mafalda Banquart & Emanuel Santos que estreia no Teatro Municipal do Porto depois de uma residência no CAMPUS Paulo Cunha e Silva.

Dia 25, às 19,30 horas, e 26, às 14,30 horas, Julian Hetzel convida para uma viagem performativa em jeito de visita a uma fábrica que confronta o público com as próprias ideologias. O criador teatral reduz a pó estátuas de governantes, ditadores e tiranos, para lhes conferir um novo sentido que seja válido. No espetáculo Mount Average”, o alemão Julian Hetzel questiona direitos adquiridos, tradições, privilégios e riqueza, ideologias e ideias totalitárias, facetas de qualquer sociedade (pós-colonial).

Às 21,30 horas de sexta-feira e sábado, Mafalda Banquart & Emanuel Santos questionam o que Platão disse a Ariana Grande, um gesto de resistência à teimosia em opor o sério e informal, erudito e mainstream, online e offline, tecnologia e encontro ao vivo, distância e proximidade, virtual e real, verdadeiro e falso. Uma conversa que é uma estratégia de reflexão transversal, da filosofia ao formato podcast, sobre os procedimentos que procuram delimitar e separar.

Em “Como matar mulheres nuas”, para ver sábado às 18 horas, Xana Novais questiona a obra de Sade numa perspectiva incomum aos olhos da cena, da realidade e da imortalidade. Abre-se, assim, um espaço para dar voz às mulheres que narram os prazeres mais absurdos da libertinagem quase nunca consideradas quando falamos de 120 dias de Sodoma. A beleza libertina e feminista, o risco de perceber que o destino do nojo é combatido com a beldade, o encanto e o prazer. Neste espetáculo coloca-se à prova a dor e os seus limites, com cenas sexualmente explícitas e que podem ferir a suscetibilidade dos espectadores, nomeadamente pessoas com fobia a sangue.

Os bilhetes para cada espetáculo custam sete euros e está disponível um passe conjunto para os três espetáculos por 14 euros, à venda no Teatro Campo Alegre e online.