Ambiente

Superada meta das 100 mil árvores plantadas na Área Metropolitana do Porto

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Filipa Brito

O objetivo do FUTURO - projeto das 100 mil árvores na Área Metropolitana do Porto está cumprido e foi mesmo ultrapassado. Com o empenho de todos os municípios, Porto incluído, e da sociedade civil, aquela que era uma meta até 2021 chega ao final deste ano com 106 mil árvores plantadas.

Nesta quarta-feira foram apresentados, no campus Foz da Universidade Católica no Porto, os resultados do projeto FUTURO, compilados em livro.

Desde 2011, levou à plantação de 106 mil árvores nativas em 174 hectares de terreno, potenciando a eliminação de 55 toneladas de poluentes da atmosfera por ano. Agora que os números foram revelados - numa iniciativa que contou com a participação dos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) e mais de 16 mil voluntários - gravam-se também para memória futura na obra "Oito anos e 100 mil árvores nativas depois", que tem como palavras de ordem reflorestação e sustentabilidade ambiental.

Na sessão de apresentação do livro, Marta Pinto, coordenadora do projeto, realçou que "passo-a-passo, o FUTURO, inicialmente frágil como uma semente, cresceu e ultrapassou a meta de plantar 100 mil árvores nativas na região". Para a também coordenadora do Grupo de Estudos Ambientais da Católica no Porto, o sucesso da iniciativa deveu-se a "uma verdadeira sinergia metropolitana, que devolveu resultados muito positivos na gestão do território, da paisagem e da cidadania". A este nível, destaque-se, por exemplo, a requalificação de cerca de 50 áreas de interesse turístico e de lazer e, ainda, a atração de cerca de 400 mil euros para as áreas intervencionadas.

Refira-se, ainda, que após várias distinções internacionais, o FUTURO arrecadou, em 2017, o prémio nacional "O Norte Somos Nós", na categoria de Sustentabilidade.

Agora, o projeto avança para uma nova fase, mais madura. A partir daqui, "não queremos focar o nosso objetivo no número de árvores que podemos plantar. Queremos focar o nosso indicador na área, nos hectares que podemos intervencionar", avançou Marta Pinto à agência Lusa, referindo que as ações passarão pela retirada de eucalipto, bem como de espécies invasoras, somando-se a gestão de matos, que facilitará o crescimento de árvores de forma equilibrada.

Município continua projeto das Florestas Urbanas Nativas do Porto (FUN Porto)

Paralelamente, no início de 2015, a Câmara criou o projeto Florestas Urbanas Nativas do Porto (FUN Porto) que promove, em várias vertentes, a expansão destas florestas na cidade. De modo a criar uma robusta infraestrutura verde, o projeto é constituído por cinco subprojectos, que se complementam. Todos eles envolvem ativamente os munícipes no processo.

O primeiro, a Rede de Biospots do Porto, consiste na plantação de exemplares de árvores e arbustos nativos de Portugal, distribuídos ao longo dos eixos de circulação principais (nós, taludes, áreas verdes laterais). Como objetivo pretende-se, até 2021, plantar 10.000 árvores e arbustos nestes locais (até ao início de outubro já tinham sido plantados mais de 1.300). A nova mancha verde do Nó de Francos é disso exemplo.

O segundo subprojeto diz respeito à iniciativa "Se tem um jardim, temos uma árvore para si". Consiste na oferta municipal de árvores e arbustos a todos os residentes ou empresas e organizações com sede no concelho, que sejam proprietários ou gestores de um pequeno jardim ou quintal. A meta é facilitar a instalação nos jardins, quintais, terrenos e terraços privados 10.000 árvores e arbustos nativos até 2020. Nas três edições já realizadas foram entregues mais de 5.700 árvores.

O terceiro "braço" do FUN Porto é o Viveiro Municipal do Porto que, desde 2014, é responsável pela produção de plantas nativas para o projeto FUTURO, bem como para a Rede de Biospots do Porto e para a iniciativa "Se tem um jardim, temos uma árvore para si", contribuindo ainda ativamente para ações de reabilitação ecológica preconizadas em toda a Área Metropolitana do Porto.

Neste âmbito, já foram produzidas e distribuídas mais de 60.000 plantas, com a particularidade de se exportarem solidariamente para a AMP. Uma curiosidade: no Viveiro está também em curso o projeto de Conservação de Espécies Raras da Região Norte de Portugal, um esforço de propagar plantas que são já muito raras, como é o caso do Evónimo-europeu (Euonymus europaeus). 

O penúltimo subprojeto corresponde à Rota das Árvores do Porto, que tem por finalidade a divulgação e potenciação educativa e turística dos recursos naturais e culturais existentes no Município, sejam eles de gestão pública ou privada. Traduz-se, pois, na dinamização de um conjunto de visitas temáticas por ano a quintas, espaços arborizados, jardins históricos.

Por último, o projeto das FUN Porto integra o Porto Biolab, um espaço que assume um papel especial no âmbito da Rede de Biospots do Porto, já que se pretende criar na Quinta de Salgueiros (junto às Antas) uma floresta urbana prestadora de serviços ecológicos, que reúna o melhor do conhecimento e gere oportunidades para novas aprendizagens, através do diálogo e de confronto de saberes com várias equipas (biólogos, arquitetos, paisagistas, sociólogos, geógrafos, entre outros). Espera-se que seja uma área-piloto na avaliação e otimização dos serviços dos ecossistemas, sejam eles ambientais, culturais, sociais ou económicos.