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Startup do Porto identifica substâncias com potencial para o combate à COVID-19

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A empresa situada na cidade do Porto identificou substâncias provenientes da rã-verde ibérica que podem ser usadas num antiviral para tratar as infeções causadas pelo SARS-CoV-2. As primeiras moléculas "anti-COVID" vão ser testadas durante o mês de agosto.

A Bioprospectum, empresa incubada na UPTEC - Parque da Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e spin-off do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), reconheceu dois péptidos com potencial atividade antiviral e que podem neutralizar partes estruturais da COVID-19 através de química computacional. As primeiras moléculas começam a ser testadas in vitro, isto é, em cultura de células, durante este mês.

Concentrada no combate à pandemia, a empresa portuense identificou duas biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos, provenientes da rã-verde ibérica, encontrada nos Açores, que podem vir a ser utilizadas no tratamento de infeções causadas pelo novo coronavírus. Os testes vão decorrer em colaboração com o iMED - Instituto de Investigação do Medicamento da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

A plataforma in silico, desenvolvida pela Bioprospectum em parceria com a MI4U, empresa brasileira de inteligência artificial, permite selecionar de uma amostra as substâncias mais apropriadas para um determinado fim e, desta forma, evitar uma análise pormenorizada a cada molécula dessa mesma amostra.

Através de uma base de dados molecular, da utilização de química computacional e bioinformática, a plataforma desta startup consegue assim analisar de uma forma muito mais rápida - os primeiros resultados podem ser gerados em meses - e eficiente todas as moléculas de uma amostra, permitindo ao investigador trabalhar apenas nas moléculas que podem ser úteis para o estudo.

A Bioprospectum tem sido responsável por criar um banco de moléculas da biodiversidade ibero-americana, com o objetivo de aumentar a eficácia e eficiência da prospeção de moléculas potencialmente úteis em qualquer amostra.

Nos últimos anos, a startup da Invicta tem desenvolvido plataformas para a identificação de moléculas, com ênfase em aplicações antioxidantes, antimicrobianas, anti-inflamatórias e anti-cancro.