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Sociedade civil no debate do futuro da relação da Europa com África, Caraíbas e Pacífico

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O Comité Económico e Social Europeu e a Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico reúne esta quinta e sexta-feira, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett para pensar “O futuro das relações UE-ACP: contributo da sociedade civil”. Na abertura dos trabalhos, o vice-presidente da Câmara do Porto destacou a solidariedade, a cooperação e a inovação como fatores-chave para o desenvolvimento de ações conjuntas.

“São precisas ações conjuntas mais assertivas em matéria de segurança, direitos humanos, governação democrática e desenvolvimento sustentável”, começou por sublinhar Filipe Araújo, reforçando o valor acrescentado que advém da participação da sociedade civil nestas matérias.

Adiantando o programa da iniciativa, o vice-presidente, também responsável pela Inovação e Transição Digital no Município do Porto, fez referência à importância da Global Gateway, estratégia que promove o desenvolvimento de projetos inovadores, benefícios de longo prazo para as comunidades locais, “em domínios como as tecnologias digitais, o clima e energia, os transportes, a saúde e o ensino, ciência e inovação”.

“Projetos que exigem um forte envolvimento da sociedade civil, sob pena de não verem cumpridos os seus objetivos e resultarem tão-só num desperdício de recursos e energias”, lembra Filipe Araújo.

O vice-presidente manifestou, ainda, “a disponibilidade do Município do Porto para colaborar com a União Europeia e os países ACP na implementação de estratégias de gestão integrada e sustentável de recursos hídricos”.

Reforçando como o Porto “é uma das poucas cidades, a nível nacional e internacional, responsável por todo o ciclo urbano da água, o que inclui o abastecimento público, mas também a gestão de praias, rios e ribeiras”, o vice-presidente afirmou que “cada gota de água é gerida territorialmente pelo Município, o que aporta uma vantagem competitiva reconhecida nesta matéria”.

Numa sessão que contou com a presença da presidente do Comité Económico e Social Europeu, Christa Schweng, do secretário-geral da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico, Georges Rebelo Pinto Chikoti, e do presidente do Conselho Económico e Social de Portugal, Francisco Assis, Filipe Araújo afirmou, também, que a solidariedade “deve ser um preceito orientador da relação da Europa com os países em desenvolvimento”.

Essa solidariedade deverá ser a base para “um outro patamar de cooperação”, para a orientação dos países ACP “para os grandes desafios societais dos nossos dias, como a crise migratória, a emergência ambiental, a disrupção tecnológica ou a instabilidade geopolítica”. Ao mesmo tempo, acredita o vice-presidente da Câmara, essa é uma cooperação com “benefícios para as duas partes”.

“Quero pensar que, por ser uma cidade onde desde sempre se cruzam diferentes culturas e povos, o Porto pode inspirar os responsáveis políticos e diplomáticos aqui presentes”, concluiu Filipe Araújo, crente nos “avanços concretos” decorrentes da cooperação entre a União Europeia e os países ACP.

Ao longo dos dois dias, participam ainda na reunião vários líderes europeus e dos países ACP, assim como o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.