O patologista mais influente
Notícia
A pergunta da revista britânica «The Patologist» era: "Quem são os patologistas mais
influentes do mundo?». Durante dois meses, patologistas de todos os continentes
votaram e os resultados foram agora tornados públicos: Manuel Sobrinho Simões, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP),
fundador e presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da
U.Porto (Ipatimup) - atualmente integrado no Instituto de Investigação e
Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto -, e patologista no
Hospital de S. João, foi eleito o patologista mais influente em 2015.
Lançada em 2014, a
revista «The Pathologist» centra-se na profissão de patologista e a sua
influência na ciência e no ensino e procura dar voz e espaço a uma profissão
que é, muitas vezes, «invisível». Uma das razões indicadas para a nomeação de
Sobrinho Simões foi, precisamente, ter contribuído, «mais do que qualquer outra
pessoa, para a visibilidade da patologia na Europa».
São citadas também
as suas contribuições para o diagnóstico clínico de cancro da tiróide -
«patologistas de hospitais de todo o mundo seguem as suas regras nas suas
rotinas diárias» - e o facto de apoiar e formar jovens patologistas de
todo o mundo.
Natural do Porto,
Manuel Sobrinho Simões licenciou-se em Medicina pela FMUP em 1971, iniciando
nesse ano o seu percurso como professor de Anatomia Patológica. Em
1979 completa o doutoramento em Patologia com uma dissertação sobre o
cancro da tiróide. Nesse mesmo ano, ruma à Noruega para fazer o
pós-doutoramento no "Norsk Hydro?s Institute for Cancer Reserch". Regressa
a Portugal e à U.Porto um ano depois para assumir o cargo de
Professor Associado na FMUP e, mais tarde, em 1988, o
de Professor Catedrático do 4º Grupo (Patologia).
Chefe de Serviço
no Hospital de São João desde 1988, criou o Ipatimup em 1989, liderando
desde então aquele que é hoje um dos mais prestigiados centros de
investigação e diagnóstico da Europa na área do cancro, e apenas um
dos três laboratórios europeus acreditados pelo Colégio Americano de
Patologistas.
Reconhecido pelos
seus estudantes e pares como um "educador por excelência", Sobrinho Simões
é autor e co-autor de centenas de artigos científicos editados em
publicações internacionais. Um percurso que lhe valeu a
nomeação para posições de liderança nas mais importantes organizações
internacionais no domínio da Patologia, incluindo a Sociedade Europeia de
Patologia, a Escola Europeia de Patologia e a Associação Europeia de
Prevenção de Cancro.
No curso de sua
carreira, conquistou vários nacionais e internacionais, incluindo o Prémio
Bordalo (1996), o Prémio Seiva (2002) e o Prémio Pessoa (2002). Em 2004,
foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, e em 2009,
tornou-se Comendador da Ordem do Mérito Real da Noruega.
Da lista de
100 especialistas elaborada pela "The Patologist" consta o nome de
outro português, também ligado à U.Porto e com um percurso semelhante ao de
Sobrinho Simões. Trata-se de Fátima Carneiro, patologista da FMUP e do Hospital
de S. João e investigadora no Ipatimup.
O «Top 100
Power List» pode ser consultado aqui.