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Rui Moreira reforça apelo para que Estado intervenha contra problema da droga no Porto

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Miguel Nogueira

Inconformado “com quem nos diz que está bem uma lei que permite que, à porta das escolas, estejam pessoas a ‘chutar para a veia’ à vista das nossas crianças”, o presidente da Câmara do Porto voltou a instar o Estado a “assumir as suas responsabilidades” no que diz respeito ao alastrar do problema da droga em determinados bairros da cidade. Reunido esta segunda-feira, o Executivo rejeitou a proposta do BE para a realização de um Fórum Municipal sobre os Consumos.

Para Rui Moreira, “podem fazer os fóruns que quiserem, podem vir os pareceres, opiniões, especialistas que quiserem”. “Ninguém me vai conseguir convencer que esta lei está perfeita”, sublinha o presidente da Câmara, apelando a que a seja encontrada uma solução, uma vez que foi rejeitada a proposta do Porto para que volte a ser criminalizado o consumo de estupefacientes na via pública.

“O ministro da Administração Interna disse que isto é um problema social. Então, que resolva isto com o Ministério da Segurança Social. Se a Segurança Social achar que é um problema de saúde, que resolvam isto com o Ministério da Saúde”, apela Rui Moreira.

Assumindo que o Município cumprirá com a sua obrigação, dentro dos limites das suas competências, o autarca voltou a frisar como “parece óbvio” que “a população está, neste momento, assustada, irritada, preocupada, zangada”.

Recorde-se que, no início do mês, diversas associações de moradores foram recebidas nos Paços do Concelho para expor a insegurança associada ao consumo e tráfico de droga que vivem bairros onde habitam.

“Há semanas, quando nos debruçámos sobre esta matéria, não estávamos a falar sobre uma qualquer invenção”, sublinhou o presidente da Câmara, acrescentando que não tem “o descaramento de dizer a estas pessoas que aquele problema se vai resolver com medidas sociais daqui a dez ou vinte anos”.

O reforço do apelo ao Governo veio na sequência da proposta do BE para que fosse criado um Fórum Municipal sobre os Consumos, de forma a “juntar associações, pares, pessoas que trabalham no terreno, mas também a segurança pública, moradores e todos os envolvidos para que se fale sobre esta situação, que se tome medidas”, explica a vereadora Maria Manuel Rola.

Já o PSD admitiu não se rever na proposta uma vez que, considera Alberto Machado, “não é ao Município do Porto que podem ser apontadas falhas porque já vem trabalhando esta matéria há muitos anos”. “O Estado não pode deixar ao Município a tarefa de lidar com esta tarefa sozinho”, defende o vereador.

Para Ilda Figueiredo, da CDU, “as medidas sociais não devem esperar pela discussão” que se deva ter com especialistas sobre as questões do combate ao tráfico de droga e do consumo na via pública. Pelo PS, Rosário Gamboa sublinhou como “os problemas da toxicodependência exigem uma teia complexa e bem articulada de diferentes intervenções”.