Política

Rui Moreira recebe Medalha Amigo da Marinha do Brasil

  • Paulo Alexandre Neves

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O presidente da Câmara, Rui Moreira, recebeu esta quinta-feira, em nome da cidade do Porto, a Medalha Amigo da Marinha do Brasil, condecoração que visa agraciar personalidades civis, militares de outras forças e instituições que se distingam no trabalho de divulgação da mentalidade marítima, no relacionamento com a Marinha brasileira, na defesa dos seus interesses e na divulgação da importância do mar para o país.

A Medalha Amigo da Marinha foi entregue pelo contra-almirante Alexandre Pavoni, diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM), em representação do comandante da Marinha do Brasil, almirante de esquadra, Marcos Sampaio Olsen.

Esta distinção, afirmou o presidente da Câmara, "reconhece a relação histórica do Porto com o mar. Uma relação edificada ao longo de vários séculos, atravessando várias gerações, envolvendo várias atividades, profissões e setores".

“O mar é um dos mais poderosos elementos identitários do Porto. A convergência geográfica com o Oceano Atlântico fez emergir na cidade um vasto conjunto de atividades e tradições, hábitos e crenças, valores e memórias ligados ao mar. A cultura e tradição marítimas estão muito presentes no que era o Porto ontem, no que é o Porto hoje e no que será certamente o Porto amanhã", acrescentou Rui Moreira.

Lembrar D. Pedro e a Revolução Liberal de 1820

Para além do mar há laços históricos que unem a cidade do Porto com o Brasil. O presidente da Câmara lembrou que a Revolução Liberal de 1820, acontecimento que levou à instauração das fundações do Estado moderno em Portugal mas também no Brasil.

"D. Pedro IV de Portugal e primeiro Imperador do Brasil tinha uma grande cumplicidade com a cidade do Porto, forjada nas batalhas pela causa liberal. Cumplicidade cuja memória perdura até hoje e é simbolizada pelo coração de D. Pedro depositado na Igreja da Lapa", afirmou Rui Moreira, garantindo que "o 'Rei Soldado' é uma figura emblemática da cidade e personifica muitos dos seus valores identitários, como a liberdade, a igualdade, a justiça ou o pluralismo".

Para além dos laços histórico-culturais, Portugal e o Brasil partilham o segundo maior oceano do mundo. "O Oceano Atlântico é um recurso comum que os dois países têm interesse em preservar e valorizar, podendo fazê-lo com maior eficácia em cooperação bilateral", concluiu o presidente da Câmara.

"Laços históricos inquebrantáveis"

Também o contra-almirante Alexandre Pavoni destacou os "laços históricos inquebrantáveis" que unem as duas nações. "É impossível andar pelas ruas desta histórica cidade do Porto sem recordar que, a partir do século XVII, daqui partiram incontáveis navios rumo ao Brasil, com mercadorias e emigrantes, que contribuíram para a formação do caráter do povo brasileiro!, frisou.

O diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM) lembrou, a propósito, que "a Universidade do Porto tem a sua génese associada à mentalidade marítima", com a criação, em 1762, da "aula náutica", por alvará de D. José, e destinada a formar pilotos e marinheiros.

"Neste contexto histórico fica um agradecimento especial ao Porto e a todos os seus cidadãos, que, durante as comemorações do bicentenário da independência do Brasil, em 2022, permitiu que se apresentasse publicamente, nas festividades brasileiras, o coração de D. Pedro", acrescentou o contra-almirante Alexandre Pavoni.

A cerimónia, que decorreu na Sala D. Maria, contou com a presença do presidente da Assembleia Municipal, vereadores do Executivo e demais convidados, para além de uma comitiva brasileira que integrou ainda o adido de Defesa e Naval do Brasil em Portugal, capitão de Mar e Guerra, Fábio Hideki, o chefe do Departamento de Relações Públicas do CCSM, capitão de fragata Flávio Firmino dos Santos, e o presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha do Brasil em Portugal, Artur Victoria.