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Rui Moreira reafirma reivindicação de apoios à atração de companhias aéreas face ao desinteresse da TAP

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O presidente da Câmara do Porto voltou a pronunciar-se sobre a falta de investimento da TAP nas rotas a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Interpelado na continuação da sessão ordinária da Assembleia Municipal, esta segunda-feira, Rui Moreira reafirmou a reivindicação de apoios nacionais à atração de outras companhias aéreas de forma a trazer não só turistas, mas também exportações e investimento estrangeiro para a região.

“O que foi assumido com coragem e seriedade pela CEO é que a TAP está preocupada fundamentalmente com o hub de Lisboa e não se pode desconcentrar para servir outros aeroportos, nomeadamente Porto e Faro”, começou por afirmar o presidente da Câmara do Porto, acrescentando que “só o fará no caso de o serviço dar lucro”. Rui Moreira partilha, no entanto, “nunca termos conseguido perceber porque é que a equação que, para outras companhias, parece ser positiva, para a TAP é negativa”.

Citando também as declarações do ministro com a tutela dos transportes, Pedro Nuno Santos, que afirma que “a relação entre a TAP e o hub de Lisboa é umbilical”, o presidente da Câmara do Porto não tem dúvidas de que “fica absolutamente claro que a importância da TAP é para o hub de Lisboa e que é assim que esta TAP – ou “Tapinha” – vai funcionar”.

Apesar de o Porto e o Norte terem sido, este ano, o maior destino turístico do país, Rui Moreira sublinha que “o objetivo de ter um aeroporto e uma estruturação económica da região não passa apenas pelo turismo”. “Para a outra economia, dos negócios, da exportação, para atração de investimento, precisamos de ligações diretas para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro”, garante o autarca, assumindo que “se a TAP não o pode fazer ou não o quer fazer, é irrelevante a análise psicológica da questão, temos que encontrar outros”.

E é para atrair outras companhias que Rui Moreira reivindica para o Porto um subsídio do Estado “pelo menos equivalente” ao que a TAP recebe para garantir os voos para os Açores e a Madeira, um valor na casa dos 100 milhões de euros. O autarca considera que esse subsídio representaria “uma migalha do que é gasto para manter o hub de Lisboa”.

“Não desistiremos de exigir que nos seja dada uma justa compensação para podermos contratualizar. E se for a TAP, ótimo”, assegura Rui Moreira.

O presidente da Câmara do Porto falava na sequência da intervenção do deputado do movimento Rui Moreira: Aqui Há Porto, Raúl Almeida, que introduziu o tema “que transcende o Porto, mas se centra no Porto”. Para o deputado, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro “é um importante aeroporto para as companhias de bandeira, das que se organizam e não precisam de programas de salvação da União Europeia, que veem o Porto como um bom negócio, que olham para o Porto como este potencial de desenvolvimento que é”.

Também a deputada da CDU, Joana Rodrigues, se pronunciou sobre a questão da TAP, defendendo que “a gestão da TAP deve assegurar a cobertura nacional, e não apenas do aeroporto de Lisboa”, e que “Portugal necessita de uma TAP cuja orientação e dimensão tem de dar uma efetiva resposta à coesão territorial e à ligação às Regiões Autónomas e às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo”.

No entanto, a deputada acredita que “transferir meios e recursos diretamente para os privados (…) não é defender o Porto, nem a descentralização”, e rejeita “sentimento que por vezes existe de que mais vale se calhar desistir da empresa”. Pelo movimento Rui Moreira: Aqui Há Porto, Raúl Almeida reforçou que “foi a TAP que desistiu do Porto. O Porto nunca desistiu da TAP”.

120 milhões para intervenção social na Área Metropolitana

Durante a sessão que apreciava a informação do presidente da Câmara acerca da atividade do Município, Rui Moreira informou que a Área Metropolitana do Porto (AMP) irá receber cerca de 120 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para intervenção social pelo período de quatro anos.

O Porto irá, assim, formar um agrupamento com Gondomar e, já a partir de janeiro, acredita o presidente, “vamos ter os recursos que precisamos para um conjunto de projetos”, nomeadamente alguns referidos pela deputada do Partido Socialista, Fernanda Rodrigues, como a Estratégia Municipal para Pessoas em Situação de Sem Abrigo ou o Plano Municipal de Prevenção e Combate à Violência de Género.

Rui Moreira sublinhou que “a AMP acordou unanimemente que 50% dessa verba deve ser para questões imateriais para não se usar em substituição do que são as exigências das câmaras”. No plano material o apoio será canalizado para “intervenções no espaço público em áreas mais deprimidas da cidade”.