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Rui Moreira quer saber como será indemnizada a STCP pelo aumento do preço do gás natural

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O aumento dos preços dos combustíveis, particularmente do gás natural, vai provocar dificuldades à Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), alertou o presidente da Câmara do Porto. Ainda está por conhecer a forma como o Governo indemnizará os operadores, lamentou Rui Moreira.

Numa intervenção no período antes da ordem do dia da reunião pública desta segunda-feira, a propósito de uma recomendação da CDU que incentivava à contratação de motoristas para a STCP, o autarca sublinhou que “o problema da STCP hoje é de natureza diversa.”

“Tem 80% da sua frota a gás natural. A Carris tem apenas 40%. Aquilo que representa o aumento do gás natural já levou à convocatória de uma assembleia para que os acionistas possam contribuir com um reforço da verba para fazer face aos aumentos”, revelou Rui Moreira.

“O Governo congelou os tarifários, mas ainda não conhecemos a forma de indemnização aos operadores”, apontou o presidente da Câmara do Porto, alertando que “a STCP é a mais prejudicada, porque o gás natural foi o que mais aumentou. No próximo ano, se o gás natural voltar a ter os custos que teve em agosto e setembro deste ano, a STCP tem uma dificuldade enorme.”

Não há soluções simples para este problema, concluiu Rui Moreira: “Uma forma seria encostar os autocarros a gás natural. A outra circunstância seria a supressão de linhas, mas que tem consequências para a população. Há uma procura maior, aos níveis de 2019. Estamos com um aumento de procura de 20%, é uma boa notícia. Mas não podemos olhar facilmente a supressão de linhas. Tudo o que seja aumentar custos da STCP seria irresponsável”, concluiu.

“Nunca como hoje a STCP teve tanta dificuldade em fixar trabalhadores”, lamentou a proponente, Ilda Figueiredo, acrescentando: “Relativamente ao aumento de custos, convergimos em que se exija ao Governo essa indemnização.”

Pelo PS, Tiago Barbosa Ribeiro disse que do “diálogo com a administração da STCP e estruturas sindicais” não foi “reportada uma dificuldade no recrutamento de motoristas”.

“O PSD não poderá acompanhar esta recomendação. Os aumentos estão a estrangular a empresa, é preciso tomar medidas. O Governo congelou os passes, tem de compensar os STCP pelo volume enorme de custos que estão a ter para além do que era esperado”, frisou Alberto Machado, vereador do PSD.

A recomendação foi rejeitada, com os votos favoráveis da CDU e BE e a abstenção do PS.

Também no período antes da ordem do dia, foi debatida e reprovada outra recomendação da CDU, relativa ao futuro dos músicos no Stop. Aquele espaço não tem “condições de segurança e salubridade” para se manter em funcionamento, estando a autarquia disponível para acolher os músicos em dois pisos do Silo Auto, revelou Rui Moreira. “O Stop não pode funcionar como está. Não tem hoje as condições necessárias de segurança e salubridade. Este assunto tem sido denunciado à câmara por inúmeras pessoas. Não vamos assumir a responsabilidade civil e criminal de manter em funcionamento uma coisa que os próprios [músicos] dizem que não pode funcionar”, garantiu.