Cultura

Rui Moreira procura em Pablo Neruda as palavras que lhe faltam para recordar Paulo Cunha e Silva

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"Saudade? O que será? não sei?

Procurei sabê-lo em dicionários antigos e poeirentos

e noutros livros onde achei o sentido desta doce

palavra de perfis ambíguos"

Começou assim, Rui Moreira, citando Pablo Neruda, a falar a cerca de 350 pessoas que assistiram ontem à noite à inauguração da exposição "751 - os dias de Paulo Cunha e Silva", patente nos Paços do Concelho da cidade. No átrio da Câmara do Porto está a reprodução do já mítico gabinete do ex-vereador da cultura, que a 11 de novembro de 2015 morreu, aos 53 anos, vítima de um enfarte do miocárdio. E estão também retratadas as últimas 24 horas de Paulo Cunha e Silva, numa visita de trabalho ao Matadouro Industrial e na sua última aparição pública, em Serralves.

Rui Moreira explicou isso mesmo: "Hoje lembramo-nos do Paulo. Dos seus dias no Porto, como nosso Ministro da Cultura. Foi isso que o Paulo quis ser: Ministro da Cultura do Porto. Foi aqui, a fazer isso, e isso eu sei, que ele foi feliz. Eu sei porque ele mo disse."

A exposição, que se chama "751 - os dias de Paulo Cunha e Silva", culminará com o lançamento de um livro com o mesmo nome, da autoria da jornalista Helena Teixeira da Silva. A exposição encerra a 11 de janeiro.

Falando ao lado da mãe de Paulo Cunha e Silva, o presidente da Câmara do Porto terminou a noite citando, de novo, Neruda:

"Tira-me o pão, se quiseres,

tira-me o ar, mas

não me tires o teu sorriso"