Cultura

Rui Moreira participa na primeira Cimeira Europeia Universidade & Cultura

  • Isabel Moreira da Silva

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Miguel Nogueira

Rui Moreira participou esta manhã na primeira Cimeira Europeia Universidade & Cultura, organizada pela U.Porto e pelo Plano Nacional das Artes, no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia. No painel conduzido por Miguel Sousa Tavares, o presidente da Câmara do Porto destacou que “a cultura é o melhor investimento que podemos fazer”.

O autarca, que esteve à conversa com o escritor e comentador político (pode ver aqui), quis desmistificar a ideia de que investir em cultura “é gastar dinheiro”. “Cria emprego, inovação e promove a criatividade” sublinhou Rui Moreira, partilhando com o seu interlocutor que desde que assumiu a presidência da Câmara do Porto esta tem sido uma das suas prioridades governativas, e que atualmente cerca de 7% do Orçamento Municipal é dedicado à área cultural.

“Ninguém quer investir numa cidade aborrecida”, declarou ainda. Durante os cerca de 15 minutos de diálogo online e em inglês, Miguel Sousa Tavares conduziu as questões em torno do tema, tendo em conta o mote da iniciativa. Ao presidente da Câmara do Porto começou por questionar como é que numa cidade tradicionalmente consumidora de cultura, mas somente por uma “elite” ou pela “burguesia”, planeou fomentar também este hábito nas novas gerações e, de uma forma mais vasta, entre toda a população.

Com “cultura em expansão”, declarou o presidente da Câmara do Porto, aludindo ao programa municipal que criou no início do seu anterior mandato, com o objetivo de expandir a cultura a todas as geografias da cidade, principalmente àquelas consideradas proscritas.

“Vi que não era suficiente cingirmo-nos aos templos da cultura, como os museus ou a Casa da Música”, exemplificou, para acrescentar que não bastava levar as crianças das escolas a "um concerto por ano”.

Num triângulo em que a cultura é um dos vértices, e os outros dois são a “economia e a coesão social”, tudo se interliga, ilustrou. No programa Cultura em Expansão essa ideia está bem evidente, defendeu o autarca. “Temos de olhar para as pessoas não apenas como espectadores, mas sim como atores”, referiu Rui Moreira, dizendo que “este é um processo contínuo, não é feito do dia para a noite”.

E assim a cultura entra pelos bairros sociais adentro, convocando a própria população a participar nos espetáculos, “misturando música clássica com hip hop”, para “construir um cimento” que, embora invisível, agrega.

“Não é só o futebol que deve juntar as pessoas”, considerou o presidente da Câmara do Porto, adiantando a Miguel Sousa Tavares que o programa está pensado para as diferentes faixas etárias, e que as famílias dos jovens que se envolvem nos projetos musicais também têm a oportunidade de participar em peças de teatro, promovidas pelas próprias associações ou coletividades locais.

Feito este enquadramento, Rui Moreira crê que a cidade pode tornar-se “confortável e interessante”. Nestes “dois hemisférios”, adiantou, a universidade desempenha um papel importante, ao ser espaço aberto, interventivo e inovador, “não tão fechado como antigamente”.

Quanto ao acolhimento de estudantes estrangeiros que chegam ao Porto, esclarecimento que derivou de uma pergunta levantada por Miguel Sousa Tavares, Rui Moreira disse que “existe articulação” entre o município e a Federação Académica do Porto (FAP), de modo a providenciar a quem vem estudar para o Porto toda a informação útil sobre a cidade, quer seja sobre alojamento, atividades culturais ou de lazer. Uma cooperação que, de resto, se espelha na plataforma Study in Porto.

Nesta primeira Cimeira Europeia Universidade & Cultura, que começou ontem e encerra hoje, têm sido várias as personalidades europeias, entre políticos e académicos, a debater online o papel da Universidade e da Cultura, e a refletir sobre a forma como estes dois mundos se interligam.

Uma das medidas que vai ser proposta pela Universidade do Porto no âmbito desta iniciativa é o acesso gratuito de estudantes universitários a estruturas museológicas e a integração de experiências artísticas nos diversos planos de estudo.