Proteção Civil

Rui Moreira lamenta a morte de um jovem na noite do Porto

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Miguel Nogueira

O presidente da Câmara do Porto apresenta as condolências à família e amigos do jovem de 23 anos que acabou por falecer, esta tarde, na sequência de uma agressão de que foi vítima na madrugada de domingo, à porta de um bar na Baixa do Porto. Rui Moreira recorda que têm sido sucessivos os seus alertas a exigir mais policiamento nas ruas e reforça a necessidade de o Ministério da Administração Interna dar luz verde à videovigilância, que a Câmara do Porto está disposta a pagar.

Em declarações esta tarde ao Jornal Público, o presidente da Câmara do Porto lamenta ter sido certeiro na sua premonição, face a relatos de moradores que, na rua e através da sua página de Facebook, lhe têm manifestado a sua preocupação relativamente aos desacatos e rixas entre jovens que começaram a ganhar expressão no último mês, sobretudo à noite e na zona da Movida.

“Alertámos que podia acontecer uma tragédia”, afirmou hoje Rui Moreira, após ter sido noticiado que o jovem agredido na Rua de Passos Manuel, por volta das 3 horas da madrugada do passado domingo, não resistiu à violência de que foi alvo.

O autarca recorda que, já em setembro de 2020, aquando do primeiro desconfinamento, escreveu ao ministro Eduardo Cabrita, para o alertar que, diante dos sinais evidentes de que a socialização entre jovens, acompanhada do consumo de álcool, estava a fazer ressurgir o fenómeno do botellon, era preciso ir mais longe nas medidas de policiamento.

“Não podemos - nem devemos - esquecer a história da diversão noturna não regulada na cidade que conduziu a práticas criminais graves, com particular ênfase no exercício ilícito da segurança privada, agressões e crimes contra a vida, que aceleraram o sentimento de insegurança e a desconfiança reiterada na rua. É uma cicatriz demasiadamente recente que não queremos ver reaberta pela informalidade desregulada da ocupação do espaço público que assistimos neste momento”, pode ler-se nessa missiva.

No entanto, do lado do Ministério da Administração Interna (MAI), imperou o silêncio, o que motivou Rui Moreira a reforçar a exposição em nova carta, desta feita enviada ao primeiro-ministro, António Costa, semanas depois.

Novamente não obteve resposta, ainda que o pedido para a intervenção do Governo nesta matéria fosse claro. “Representa um problema de ordem pública que poderá assumir proporções significativas”, avisou o presidente da Câmara do Porto ao primeiro-ministro.

Se, nessa altura, Rui Moreira estabeleceu uma correlação entre o primeiro desconfinamento e a escalada de comportamentos violentos, agora a situação não é muito diferente. O contexto pandémico que atravessamos ditou, durante boa parte deste ano, medidas restritivas que só agora começam a ser aliviadas. O novo desconfinamento tem vindo a ser associado a um novo estado de euforia, propício a muitos excessos, sobretudo entre as camadas mais jovens da população, que optam pelo consumo de álcool na via pública.

O presidente da Câmara do Porto considera que o mais recente incidente, que lamentavelmente provocou a morte de um jovem, deve ser grito para a tomada de novas medidas de segurança.

Rui Moreira quer mais policiamento nas ruas do Porto, mas reconhece que há um grande entrave. “A Polícia de Segurança Pública não tem efetivos suficientes nem condições”, cita o Público.

Assim, a única solução que o presidente da Câmara do Porto antevê para que, num curto espaço de tempo, se consiga contornar a falta de agentes da PSP, é reforçando o pedido para que o MAI dê luz verde à videovigilância, investimento que o município se compromete a assumir. Há dois anos que o vem pedindo, recorde-se.

O Centro de Gestão Integrada, localizado no quartel dos Sapadores Bombeiros, na Constituição, já tem uma sala pronta a operar, com todas as condições tecnológicas para servir o acompanhamento da videovigilância na cidade. “A câmara disponibiliza-se a pagar tudo e tem o centro de operações pronto. Estamos à espera de luz verde de Lisboa para avançar”, declarou Rui Moreira esta tarde, aguardando que a inação relativamente a esta matéria seja rapidamente ultrapassada.