Cultura

Rui Moreira entende que o Sá da Bandeira deverá continuar teatro comercial

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O presidente da Câmara do Porto afirmou que é intenção do Município alienar o Teatro Sá da Bandeira, uma vez cumprida a salvaguarda patrimonial do imóvel e a continuidade da sala de espetáculos. Na operação, que passará por uma hasta pública, será assim possível preservar a sua função enquanto teatro comercial que sempre foi, com a pretensão até de "manter as atividades de revista e de comédia".

O autarca informou esta tarde a comunicação social que, estrategicamente, interessava à Câmara do Porto "salvar o Sá da Bandeira patrimonialmente e garantir que vai continuar a ser um teatro".

Assegurada esta dupla proteção e o interesse público (poderia dar-se o caso de interessados na compra do imóvel terem outra ideia para o espaço completamente diferente do seu atual uso), o Município pretende agora alienar o edifício, sendo ressarcido pelo investimento que fez.

"Não é vocação da Câmara do Porto nem da empresa municipal de cultura ser barriga de aluguer de um teatro comercial", afirmou Rui Moreira, atestando que a missão da autarquia foi cumprida e bem-sucedida.

"Consideramos que fizemos aquilo que a Lei prevê para o exercício do direito de preferência: garantir a salvaguarda patrimonial de um equipamento que para nós tem muito interesse histórico, que tem vivência, que é também interessante do ponto de vista cultural, mas que não tem, nem deve, ser a Câmara a gerir", declarou.

Além disso, para a Câmara do Porto, "não faz muito sentido manter este património", uma vez que tem outras prioridades: "Com as exigências que há hoje [na cidade] em termos de cultura", Rui Moreira entende que deve ser dada primazia à reabilitação do Cinema Batalha, à reestruturação e reabilitação da rede de museus municipais e ainda à intervenção no Coliseu Porto Ageas.

Recorde-se que o Teatro de Sá da Bandeira foi adquirido pelo Município do Porto há cerca de dois anos. O processo, que "obteve grande consenso" das forças políticas da cidade, foi moroso devido ao elevado número de proprietários do imóvel.

"Aquilo que pretendíamos não era a Câmara do Porto assumir [o teatro]. Pretendíamos a classificação de tal maneira que, de futuro, não possa deixar de ser o teatro que nós conhecemos e a sala seja classificada", concluiu Rui Moreira.