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Rui Moreira disponível para que a Câmara compre uma ambulância e apoie obras na ala pediátrica do H. S. João

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São 100 mil euros para uma nova ambulância e 300 mil euros para as obras urgentes nos contentores, que continuarão a acolher as crianças internadas na pediatria do Hospital de São João, enquanto não se concluir a construção das novas instalações nos próximos três anos, antevê o presidente da Câmara do Porto. "Tenho vergonha, mas não tenho culpa", disse Rui Moreira que defendeu este apoio de 400 mil euros perante a Assembleia Municipal, como forma de amenizar "uma situação de emergência".

"Tenho evitado falar muito sobre este assunto, porque acho que é de baixa política e demagogia falar de uma situação em que há muitas pessoas fragilizadas", começou por referir o presidente da Câmara do Porto, quando interpelado pela deputada do BE Susana Constante Pereira sobre se uma parceria público-privada seria a resposta desejada para resolver o problema da ala pediátrica do Hospital de São João.

Rui Moreira lembrou que o Município "acompanhou sempre esta matéria com reuniões sucessivas" e revelou aos deputados que, na semana passada, reuniu com a administração do Hospital de São João, que disse ter agradecido à Câmara a forma como se tem envolvido no assunto.

O autarca, que frisou não querer fazer deste tema "política-espetáculo", mostrou-se visivelmente incomodado com aquilo que considera ser "uma situação de emergência", como foi Pedrógão Grande, para asseverar que nestes casos "não é verdade que a União Europeia não permita ajuste direto".

Com efeito, "se é verdade que há dinheiro e que está cativado, queiram fazer o favor de não complicar e lancem um ajuste direto, consultando duas ou três entidades. Se fosse em Lisboa já estava feito".

À questão da deputada do BE, Rui Moreira respondeu que "é absolutamente indiferente" se a construção da nova ala pediátrica se faça através de uma associação, do Estado ou do Hospital de São João. Porque, o que interessa, sublinhou, é resolver uma situação que não pode continuar e tem continuado "de uma maneira indecente".

Obras nos contentores estão previstas desde junho, mas nada foi feito

Rui Moreira lamentou também a conduta do Ministério da Saúde, relativamente às obras muito urgentes que são necessárias fazer nos contentores. "Quero dizer ainda assim que tenho fortíssimas suspeitas quanto à boa vontade do Ministério da Saúde nesta matéria e vou dizer porquê. Porque tinha sido prometido e estava prevista desde junho - repito desde junho - a reabilitação dos contentores onde as crianças ainda vão estar muito tempo. São 300 mil euros. Sabem o que foi feito? Não foi feito nada", disse.

Por isso, o autarca admitiu que a ajuda pode vir da Câmara, já que não vê vontade do Estado central em resolver a situação. Além disso, acrescentou a intenção de comprar de uma ambulância, no valor de 100 mil euros, que garanta o transporte das crianças em condições condignas.

Dirigindo-se ao deputado Artur Ribeiro, da CDU - que na sua intervenção anterior tinha defendido que "a Câmara deve bater o pé" ao Estado central e exigir que cumpra as suas obrigações noutras matérias - o autarca confirmou que, neste caso, a Câmara irá mesmo avançar com a compra de uma ambulância "se o Ministério não comprar".

Entendendo esta como uma situação de emergência que, na melhor das hipóteses, demorará dois a três anos a resolver-se, Rui Moreira concluiu que "se for preciso a Câmara do Porto ajudar a resolver ajudará. São 400 mil euros que garantem que haja o mínimo de condições até este assunto estar completamente resolvido".