Mobilidade

Rui Moreira escreve à Metro do Porto por atraso nas obras das novas linhas

  • Paulo Alexandre Neves

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Guilherme Costa Oliveira

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, enviou uma carta ao presidente do Conselho de Administração da Metro, Tiago Braga, mostrando o seu desagrado pelos atrasos nas obras, nomeadamente na Linha Rosa (troço Praça da Liberdade/São Bento – Casa da Música), recusando autorizar o arranque de mais empreitadas enquanto não terminar a sua construção.

“Como é possível constatar, nada do que foi planeado está a decorrer normalmente, muito pelo contrário”, assinala Rui Moreira, acrescentando: “Tal situação tem implicações graves no escoamento do tráfego da cidade e, por consequência, na circulação dos transportes públicos, nomeadamente da STCP”.

“A cidade necessita de transportes públicos e de investimentos como aqueles que a Metro está a efetuar, mas não pode definhar em função de uma excessiva disrupção das suas atividades”, diz o presidente da Câmara, queixando-se da Metro ter cancelado as reuniões do grupo de trabalho, de cariz técnico, constituído por diversos serviços (Câmara, STCP Serviços e Metro). Desta forma, segundo Rui Moreira, “o Município fica desprovido de qualquer informação sobre o andamento da empreitada, nomeadamente eventuais atrasos e medidas compensatórias que vão sendo implementadas ou planeadas”.

Depois de ter solicitado aos serviços municipais a elaboração de um documento onde se apresentam os atrasos verificados por frente de obra, Rui Moreira conclui que “praticamente todas as frentes de obra apresentam excessivos atrasos”.

Utentes da STCP prejudicados

Assim, e de acordo com a carta enviada a Tiago Braga, na frente de obra da Casa da Música (triplicação da estação para construção dos cais das linhas Rosa e Rubi) existe “um atraso de 215 dias, pelo que ainda não se iniciou a Fase 2”. Na Galiza (onde está a ser construída uma nova estação), “contamos com 275 dias de atraso”. Na construção da nova estação do Hospital de S. António, “o atraso é de 92 dias”. No que toca à construção da nova estação da Praça da Liberdade, a partir do Largo dos Lóios e com ligação à estação de S. Bento, verifica-se “um atraso de 120 dias, sendo que a conclusão da intervenção só irá acontecer no final de abril de 2025”, sem esquecer “os atrasos verificados na construção dos poços de ventilação e na infraestrutura para o desvio do Rio de Vila”.

Os sucessivos atrasos têm implicações diretas, por exemplo, em algumas linhas da STCP (sobretudo na zona do centro histórico), que chegam a atingir os 40 minutos. “Os utilizadores, em vez de utilizarem o transporte público, optam pela circulação pedonal”, reconhece Rui Moreira.

“Assoma-se a repetida e permanente falta na mitigação dos impactos visuais das frentes de obra de uma cidade Património Mundial ou, pior ainda, a sistemática ausência de identificação do dono de obra”, sublinha o presidente da Câmara do Porto, acrescentando: “Negligências repetidamente denunciadas por esta Autarquia, que demoram ou nunca são implementadas”.