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Rui Moreira: “As pessoas têm medo de utilizar o espaço público” por causa do consumo de droga ao ar livre

  • Paulo Alexandre Neves

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Miguel Nogueira / Arquivo

O presidente da Câmara do Porto voltou hoje a reiterar, em entrevista à Antena 1, que o consumo de droga na via pública e a sua criminalização “é um problema de bom senso”. Recordando que o Município tem tido uma política ativa de apoio aos toxicodependentes, através das ações no Hospital Joaquim Urbano, do trabalho com muitas associações e instituições e do Programa de Consumo Vigiado – Espaço para Consumo Vigiado Amovível, com a abertura de uma sala de consumo assistido junto ao Bairro Novo da Pasteleira, Rui Moreira garantiu que, mesmo assim, “as pessoas têm medo de utilizar o espaço público”.

Naquela zona da cidade, confirmou o presidente da autarquia, “em algumas escolas aparecem, todas as manhãs, seringas, detritos. A Câmara está permanentemente a limpar, a resolver”. “A polícia diz que não pode inibir o consumo na via pública”, acrescentou.

Rui Moreira explicou, mais uma vez, o seu ponto de vista sobre esta matéria: “A criminalização do consumo ao ar livre, principalmente na proximidade de escolas, é como o atentado ao pudor. Não vamos fazer isso à porta das escolas. O atentado ao pudor é um crime. Não consigo compreender, por isso, em que é que isto [criminalização do consumo] limita a liberdade de alguém. Sei, isso sim, que garante a liberdade de muitas pessoas”.

Ainda sobre a falta de policiamento, o presidente do Município deixa uma pergunta: “Sabem onde encontrar polícias naquela zona? Ou em operações policiais ou dentro dos supermercados”. “Isso provoca um enorme descontentamento junto das pessoas, uma sensação de insegurança, de afastamento de um Estado que se esgotou e não está presente”.

Rui Moreira, para quem a carta aberta, hoje divulgada na comunicação social, “é manobra de propaganda do Bloco de Esquerda, o que é normal”, recordou também que a criminalização não foi a única medida proposta pelo Município: “propusemos, por exemplo, que sejam dadas condições à Polícia Judiciária para aumentar a investigação na área do tráfico. A Polícia Judiciária diz que não tem recursos, o que nos preocupa”.

O autarca portuense abordou também outros assuntos autárquicos e de política nacional, como as relações com o atual governo e a presidência da República. “Estou a gostar muito de ser presidente da Câmara do Porto. Quero cumprir o meu mandato até ao fim”, concluiu Rui Moreira.