Urbanismo

Rui Moreira anuncia que a obra do Matadouro foi hoje entregue à Mota Engil

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Miguel Nogueira

O presidente da Câmara do Porto revelou que entrou hoje em vigência o contrato para a reconversão do Antigo Matadouro Industrial com a Mota Engil, empresa portuguesa que vai investir no equipamento municipal, localizado em Campanhã, 40 milhões de euros. O projeto de arquitetura pertence ao japonês Kengo Kuma, autor do Estádio Olímpico de Tóquio, em parceria com os premiados arquitetos portugueses da OODA.

Só no passado mês de abril, quase dois anos depois do início do processo, é que chegou luz verde para o contrato de reconversão do Matadouro, com o visto do Tribunal de Contas, pondo um ponto final nos intermináveis pedidos de esclarecimento, uma recusa de visto e um recurso da autarquia que ficou mais de um ano em banho-maria.

Devido ao período mais crítico da pandemia, a maior construtora portuguesa, sedeada a norte do país, solicitou à Câmara do Porto a prorrogação do prazo para o início da vigência do contrato entretanto celebrado, por apenas por alguns meses, tendo sido agora, dia 18 de setembro de 2020, o primeiro dia de um contrato de concessão com prazo de 30 anos. O período estimado de obras é de cerca de dois anos, mas é presumível que o prazo se dilate um pouco devido à crise económica e sanitária que o mundo atravessa. 

"Agora sabemos pelo menos que as coisas vão andar. O maior atraso não foi por causa da pandemia, foi por causa do Tribunal de Contas. É evidente que a pandemia está a causar alguns constrangimentos em obras. Nós sabemos que os nossos fornecedores, muitas vezes, até tem mão de obra, mas faltam, por exemplo, materiais", afirmou o presidente da Câmara do Porto citado pela agência Lusa.

"Este é o momento do investimento público. Este é o momento em que as câmaras municipais e o Estado devem aquecer a economia. Nós felizmente temos capacidade de endividamento para isso, vamos continuar, mas falar de prazos hoje é muito mais difícil que era há um ano", admitiu, dando a garantia, à mesma fonte, de que o Orçamento Municipal de 2021 vai apostar muito no investimento público.

Com a obra do Matadouro, vai nascer na zona oriental da cidade uma considerável área para a instalação de empresas, galerias de arte, museus, auditórios e espaços para acolher projetos de coesão social, que prometem ser o impulso que faltava à freguesia de Campanhã, mas a toda uma Região.

Para Rui Moreira, este projeto é talvez a obra mais importante para o Porto "daqui a dez anos", por considerar que terá um impacto fundamental no desenvolvimento de uma área da cidade que necessita, definitivamente, de acompanhar o ritmo de crescimento da restante cidade, passando também a estar mais interligada em termos de acessibilidades, através de outros projetos estruturantes, como o Terminal Intermodal de Campanhã.