Rui Calafate apresenta os seus "10 Mandamentos da Política"
Porto.
Notícia
Profissional da comunicação há cerca de 30 anos, Rui Calafate decidiu passar para o papel os seus conhecimentos do meio político e não só. Recorrendo a episódios reais com protagonistas domésticos e de dimensão mundial, mas também a exemplos repescados da literatura, do cinema ou da ficção televisiva, desconstrói com humor e uma ponta de sarcasmo a velha arte de fazer política.
Esta terça-feira, na FNAC, Rui Calafate apresentou o seu primeiro livro "10 Mandamentos da Política". Dá a conhecer o modo de pensar da esmagadora maioria dos políticos, independentemente do posicionamento ou da ideologia, quando têm pela frente um objetivo que lhes é comum: conquistar as massas.
Presente no lançamento do livro, o presidente da Câmara do Porto reconheceu que Rui Calafate "pertence a essa classe profissional em ascensão que são os comentadores televisivos. Arriscamo-nos, por isso, a perdê-lo para a política um dia destes…".
"Importa ressalvar que o Rui Calafate não nasceu para o comentariado político do nada. A sua experiência profissional, primeiro no jornalismo e, depois, na consultadoria de comunicação, já leva três décadas", lembrou Rui Moreira.
E quando o comentário político está tão na moda, Rui Calafate distingue-se, na opinião do autarca portuense, por "opiniões, muitas vezes, 'fora da caixa', condimentadas – como convém – com algum chiste, com algum sarcasmo, com alguma malícia. Ainda assim, sem cair na polémica estéril ou no dichote gratuito".
Avesso a mandamentos – "não acho que a política se possa explicar ou praticar com base em fórmulas, como se fosse coisa científica, objetiva, rigorosa", disse -, Rui Moreira, que passou em revista os "mandamentos" de Rui Calafate, concorda, contudo, que o autor os utilizou como "ponto de partida" para reflexões sobre a política contemporânea.
Não acho que a política se possa explicar ou praticar com base em fórmulas, como se fosse coisa científica, objetiva, rigorosa
Dando o seu próprio exemplo, com a candidatura independente em 2013, o presidente da Câmara admitiu que a imagem de outsider da política "talvez me tenha favorecido na primeira eleição". "Contra um candidato que oferecia porcos no espeto e concertos de Quim Barreiros, fui igual a mim próprio. Não cedi ao populismo e a minha autenticidade seria reconhecida e recompensada pelos portuenses", sublinhou.
"Como político que sou, repito, tenho alguma relutância em encarar a política como um sinistro jogo pelo poder. Assim como não aceito as generalizações abusivas sobre os políticos, tidos como todos iguais e irmanados pela cupidez, pelo calculismo e pela hipocrisia", acrescentou Rui Moreira.